Ministério da Saúde amplia vacinação contra HPV para usuários da PrEP

Usuários de PrEP (profilaxia pré-exposição) que possuem entre 15 a 45 agora são parte do público-alvo da vacinação contra o HPV (papilomavírus humano). O anúncio foi feito pelo Ministério da Saúde neste quarta-feira (3).

Vacinação contra HPV agora tem novo público-alvo - Foto: Divulgação/Phillipe Guimarães/Ministério da Saúde

Vacinação contra HPV agora tem novo público-alvo – Foto: Divulgação/Phillipe Guimarães/Ministério da Saúde

O que é PrEP

A profilaxia pré-exposição ao HIV consiste na tomada de medicamentos antirretrovirais de forma preventiva, com a finalidade de permitir ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o vírus.

Dessa forma, usuários de PrEP estão menos propensos a desenvolver doenças causadas pelo HIV, como a AIDS. A estratégia começou a ser oferecida pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no fim de 2017.

No Brasil, a PrEP é indicada para pessoas a partir de 15 anos, com peso corporal maior ou igual a 35 quilos, sexualmente ativas e que apresentam risco aumentado para infecção por HIV.

PrEP é um medicamento anti-HIV, tomado de forma programada para evitar uma infecção pelo HIV caso ocorra uma exposição - Foto: Divulgação/Matheus Oliveira/Secretaria de Saúde DF

PrEP é um medicamento anti-HIV, tomado de forma programada para evitar uma infecção pelo HIV caso ocorra uma exposição – Foto: Divulgação/Matheus Oliveira/Secretaria de Saúde DF

O Ministério da Saúde cita como “populações-chave” para PrEP: gays e homens que fazem sexo com homens (HSH), trabalhadoras do sexo, pessoas privadas de liberdade, pessoas trans e usuários de drogas.

Para ser elegível ao uso dos medicamentos, a pessoa deve ser HIV negativo e pertencer a alguma população-chave, além de ter realizado penetração sexual sem preservativo nos últimos 6 meses.

O uso de PrEP prepara o corpo para o contato com o HIV, mas não substitui a utilização de preservativos durante as relações sexuais.

Usuários de PrEP têm alta prevalência de HPV

A nota do Ministério da Saúde aponta que estudos realizados na França mostram que usuários de PrEP têm alta prevalência de HPV, que é considerada uma IST (infecção sexualmente transmissível).

“A ampliação do público-alvo para vacinação, aos usuários de PrEP, sem prejuízo à população inicialmente coberta pela indicação da vacina, é fundamental para prevenção dos cânceres diversos causados pelo HPV”, diz o documento.

Vacinação contra o HPV

Segundo a nota técnica publicada pelo Ministério da Saúde, os usuários da PrEP devem receber a vacina quadrivalente (HPV4), que protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus.

No total, existem mais de cem tipos de HPV. Dois tipos cobertos pela vacina, o 16 e o 18, estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero, segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer).

Esquema indicado é de três doses, com intervalos de dois meses após a primeira e de quatro meses após a segunda - Foto: Divulgação/Nielsem Fernandes/Governo do Tocantins

Esquema indicado é de três doses, com intervalos de dois meses após a primeira e de quatro meses após a segunda – Foto: Divulgação/Nielsem Fernandes/Governo do Tocantins

No caso da HPV4, o esquema indicado é de três doses, com intervalos de dois meses após a primeira e de quatro meses após a segunda.

Usuários de PrEP com esquema completo de vacinação contra o HPV não precisam ser imunizados novamente. No entanto, usuários que estão com esquema incompleto de imunização contra o papilomavírus devem completar as três doses.

Para receber as doses, basta procurar uma sala de vacinação da rede pública e apresentar algum tipo de comprovação de que faz uso de PrEP ou até mesmo o próprio medicamento.

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