Maruim e Aedes aegypti: pesquisas contam com investimento milionário em SC

Os mosquitos maruim e Aedes aegypti trouxeram desafios para algumas cidades catarinenses. Santa Catarina enfrenta uma epidemia de dengue. A recém-chegada, a Febre do Oropouche, doença transmitida pelo maruim, também causou transtornos, especialmente na cidade de Luiz Alves.

Para combater os insetos, o Governo de Santa Catarina anunciou R$ 12 milhões em recursos para o desenvolvimento de estudos envolvendo os mosquitos, como controle e monitoramento da superpopulação do maruim e desenvolvimento de estratégias de controle ao Aedes aegypti.

Maruim, mosquito responsável pela febre do oropouche

Picada do Maruim pode causar dor, urticária e vermelhidão – Foto: PMSJ/Reprodução/ND

Os editais foram lançados pela Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina), para pesquisadores vinculados a Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação públicas e privadas sem fins lucrativos, e empresas sediadas no estado.

“Recebemos uma determinação do governador Jorginho Mello para atuarmos de maneira inovadora no combate ao Aedes aegypti e, mais recentemente, ao maruim, especialmente na cidade de Luiz Alves. Esse aporte de R$12 milhões, com a parceria da Fapesc e a prefeitura de Luiz Alves, deixa claro que o combate é constante, com inovação, pesquisa, e a participação de toda a sociedade”, explicou o secretário de Saúde, Diogo Demarchi Silva.

Mosquito maruim

O mosquito é responsável pela febre do oropouche, conhecida como “doença do maruim”, com sintomas parecidos com a dengue e a chikungunya, como dores de cabeça, muscular e nas articulações, além de náusea e diarreia.

Também conhecido como mosquito-pólvora, o pequeno inseto pode causar uma picada dolorida, coceira e hematomas pelo corpo.

A transmissão da doença ocorre preferencialmente em ambiente rural, mas outros mosquitos podem estar envolvidos na transmissão, principalmente no ambiente urbano, onde o Cullex, que é o mosquito mais frequente, pode ser responsável pela sua transmissão.

Em março, Luiz Alves decretou situação de emergência por conta da infestação de maruim. A presença do mosquito está sendo detectada também em outros municípios catarinenses. Atualmente, Santa Catarina tem 137 casos confirmados até o momento.

O aumento preocupante levou a Fapesc a desenvolver duas chamadas públicas: um para pesquisa científica e outra para desenvolvimento de produtos, serviços e processos inovadores.

O edital voltado para pesquisadores (veja aqui), apoia projetos de investigação dos aspectos biológicos e ecológicos do mosquito, controle e monitoramento da superpopulação do maruim. O aporte de recursos da Fapesc é de R$ 3 milhões.

Os projetos podem abordar uma ou mais linhas de pesquisa: desequilíbrio ecológico e ambiental; controle e manejo e saúde única. Seis projetos serão selecionados, sendo dois em cada linha de pesquisa, para receber até R$ 500 mil cada.

A chamada pública prevê a contratação de bolsistas, desde estudantes de graduação até doutores. Os valores das bolsas vão de R$ 900 a R$ 5.850.

Outro edital (veja aqui) sobre o mosquito maruim vai apoiar uma proposta de até R$ 3 milhões, submetida por uma empresa com sede em Santa Catarina, para o desenvolvimento de produtos, serviços ou processos inovadores com o objetivo de promover o controle sustentável da superpopulação do inseto.

Aedes aegypti

Santa Catarina tem mais de 354 mil casos prováveis de dengue registrados até o momento. De acordo com o Governo do Estado, mais de 44,2 mil focos do mosquito Aedes aegypti foram localizados em 254 municípios catarinenses. Dos 295 municípios catarinenses, 169 são considerados infestados.

Larvas do mosquito transmissor da dengue – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em resposta ao problema, estudos científicos, tecnológicos ou de inovação voltados ao desenvolvimento de estratégias de controle ao Aedes aegypti, além da prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças, terá R$ 6 milhões em recursos.

Os projetos enviados podem ser em uma ou mais linhas de pesquisa: controle, saúde única e educação. Propostas de pesquisa de até R$ 1 milhão cada serão selecionadas.

O edital (clique aqui) ainda prevê a contratação de bolsistas, sendo estudantes de graduação até doutores, com bolsas que variam entre R$ 900 e R$ 5.850.

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