Exemplo de amor pela costura: mulher de 92 anos compartilha ensinamentos em Blumenau

O dia 8 de março é marcado por inúmeras histórias de mulheres fortes e trabalhadoras. A vida da moradora de Blumenau, dona Ereni Serpa, de 92 anos, foi dedicada pelo amor à costura, seja em fábrica ou dentro da própria casa. Tudo o que aprendeu, sozinha, foi passado para a geração seguinte.

Ereni Serpa, de 92 anos, esbanja longevidade e é exemplo na costura, a qual compartilha com muito amor e carinho

Exemplo de amor pela costura: mulher de 92 anos compartilha ensinamentos em Blumenau – Foto: Isabella Dotta NDTV

O interesse pela costura surgiu quando ela ainda era criança, pois adorava ver as roupas feitas. Com uma pedrinha e uma tábua, ela desenhava vestidos, sem saber que no futuro iria poder confeccionar vários modelos reais.

Em entrevista para a NDVT, a mulher contou sua história na costura e sua dedicação em ensinar outras pessoas essa importante e bela arte.

Ereni aprendeu a costurar sozinha

Ereni se casou aos 19 anos de idade, foi quando ganhou uma máquina de costura de seu esposo. A partir dali, por conta própria, ela começou a costurar.

“Eu não fui na aula de costura, aí desmanchava uma peça e daquela peça eu cortava outra e fazia uma igual. E assim foi começando e fiz de tudo”, relembrou.

Ereni Serpa, de 92 anos, esbanja longevidade e é exemplo na costura, a qual compartilha com muito amor e carinho

Ereni Serpa, de 92 anos, esbanja longevidade e é exemplo na costura, a qual compartilha com muito amor e carinho – Foto: Isabella Dotta NDTV

Durante cinco anos, a mulher trabalhou como costureira na renomada fábrica de roupas Dudalina, na época em que a empresa era comandada pela fundadora Adelina Hess de Souza.

Uma de suas belas lembranças com a costura foi quando pôde ajudou o próximo em um momento especial e marcante.

“Eu tinha um vizinho que ia casar, mas ele não tinha terno e não podia comprar um. Eu disse ‘compra o tecido que eu faço o seu terno’, e eu fiz. Ainda hoje ele tem orgulho disso”.

Sobre a longevidade, Ereni brinca que chegou aos 92 anos por pura teimosia. “Me falam ‘mãe, não faz isso’, pois eu vou lá e faço, não espero por ninguém”.

Determinada, ela ainda compartilha tudo o que sabe sobre a arte de costurar com aqueles que assim desejam e pretende continuar fazendo isso por muitos anos. Quando está livre de trabalho, ela pega retalhos e faz fronhas para doar para quem precisa.

Ereni Serpa, de 92 anos, esbanja longevidade e é exemplo na costura, a qual compartilha com muito amor e carinho

Vida de Ereni foi dedicada pelo amor à costura – Foto: Isabella Dotta NDTV

“Enquanto eu puder mexer com as minhas mãos, olhar com os meus olhos, eu tô na costura, e quem quiser aprender, eu ensino ainda”.

Mulher passou amor pela costura para as filhas

O amor pela costura foi passado de Ereni para a geração seguinte, para suas quatro filhas. Uma delas, Maria Celina, de 71 anos, viaja o Brasil a fora ensinando outras pessoas através de um projeto social.

Aos 12 anos, ela já ia para a máquina de costura com a mãe. “Naquele tempo não tinha máquina industrial como hoje, era tudo no pedal, e como ela costurava para um loja, eu ajudava ela a chulear as peças. A minha vida inteira foi na costura, virou profissão e exerço isso até hoje”, contou.

Através de seu trabalho no programa de geração de renda, ela viaja pelo país ensinando pessoas como reciclar retalho.

Assim como a mãe, Maria se interessou pela costura ainda criança e levou isso para a vida, como uma profissão.

“A primeira peça que ela deu para eu costurar, ela cortou uma bermuda, e ao invés de eu costurar o gancho, eu costurei a perna no gancho. Claro que não deu certo, mas foi bem marcante”, relembrou Maria ao citar como sua mãe começou os ensinamentos.

Ela conta que dona Ereni é diferenciada no mundo da costura. “Uma que ela nunca frequentou uma aula de corte e costura, ela aprendeu tudo sozinha. Isso é um grande exemplo de vida que a gente tem e ali ela criou nós todas, toda vida bem vestidas, toda vida arrumadinhas”.

Aos 92 anos e firme e forte na costuma, a filha conta que apoia a mãe seguir fazendo aquilo que gosta. “Eu acho ótimo porque a pessoa não entra em depressão, não fica pensando que está doente, nem nada. A costura dela é uma terapia”.

Passado de geração para geração, mãe e filha deixam sua marca no mundo das máquinas, tecidos e criatividade, passando adiante um amor que se tornou uma das mais belas profissões que existem.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.