Freixo revela estratégias para diversificar turismo no Estado: ‘SC é mais do que Sol e praia’

Presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Marcelo Freixo visitou Santa Catarina e participou de agendas na quinta-feira (20) e na sexta-feira (21) pelo Estado. Em entrevista aos veículos do Grupo ND, falou das possibilidades do turismo fora da região litorânea e para além do verão.

Freixo falou sobre estratégias para alavancar o turismo no Estado e no Brasil – Foto: Germano Rorato/ND

Há 500 dias à frente da Embratur, vinculada ao Ministério do Turismo, Freixo fez também um balanço da gestão. Abordou, ainda, a importância do Turismo para micro, pequenas e médias empresas e trouxe um dado positivo do turismo internacional em Santa Catarina em 2024. O Estado precisou apenas dos cinco primeiros meses do ano para superar o volume de estrangeiros que visitaram algum canto do território catarinense.

O turismo para o interior é uma forma de alavancar o setor? Considera uma estratégia importante para o Estado catarinense?

Fiz uma visita de dois dias muito proveitosa. Ouvi representantes de 10 gerências regionais, então consegui ter uma visão bastante ampla de toda diversidade do turismo de Santa Catarina, que é um destino muito importante para o turismo internacional que chega ao Brasil. O que digo sobre o Brasil vale para Santa Catarina: Santa Catarina não é só Sol e praia. Santa Catarina é cultura, natureza, diversidade, gastronomia.

Quais ações a Embratur tem em mente para Santa Catarina?

Temos que transformar esses destinos espetaculares que temos aqui em produtos internacionais e acho que Santa Catarina está muito pronta para isso. A Embraer será parceira. Vamos levar o Estado para a feira de Buenos Aires, em setembro, e para a feira de março, em Portugal, já que vai inaugurar o voo de Portugal para cá.

Estamos prontos para colocar Santa Catarina na prateleira do mundo para que cada vez mais turistas internacionais venham pra cá. Tivemos uma estimativa de 12 milhões de turistas visitando Santa Catarina em 2023 e um aporte financeiro de mais de R$ 400 milhões.

Acredita que, com essas iniciativas da Embratur, esses números possam ser ampliados?

Sem dúvidas. Esse momento que estamos vivendo em 2024 nos dá muito otimismo. Tivemos recordes de arrecadação em 2023. De janeiro a maio de 2024, Santa Catarina recebeu 306 mil turistas internacionais. Isso é mais do que recebemos em todo o ano de 2023. Vieram principalmente argentinos e chilenos. Estou muito confiante que se aumentarmos essa promoção, vamos trazer mais gente da América do Sul e, agora, com o voo de Portugal para cá, a comunidade europeia.

Temos, aqui, a rota turística Caminhos da Neve, que liga Santa Catarina ao Rio Grande do Sul, mas o nosso Estado ainda é carente de investimentos nessa área. Há possibilidade de a Embratur divulgar isso?

Sim e, por isso, foi muito importante essa visita de dois dias que fizemos, acompanhados do Sebrae e do Ministério do Turismo. Esta parceria entre Ministério do Turismo, Sebrae e Embratur é o que vai fazer chegar crédito, capacitação infraestrutura e promoção na ponta. É isso que o turismo precisa. Se conseguirmos esses elementos, conseguiremos fazer o turista chegar aqui. E o turista que chega aqui, garante geração de emprego e renda. É isso que precisamos no Brasil hoje.

Qual a importância do turismo para micro, pequenas e médias empresas?

Quando falamos do empreendedor do turismo, o dono da pousada, o dono do restaurante, falamos de 95% dos empreendedores brasileiros são micro, pequenos e médios empresários, por isso, essa parceria permanente do Sebrae com a Embratur é tão decisiva, porque promovemos o Brasil, divulga no mundo inteiro os destinos que temos aqui, essa diversidade incrível do Brasil e quem traz estrutura para esse trade receber o turista é o Sebrae, fazendo investimento nesse micro, pequeno e médio empresário.

O senhor pode fazer um balanço desses 500 dias de gestão?

Pegamos num momento muito delicado, no pós-pandemia, e conseguimos estruturar a empresa e dialogar com o trade, com governadores, prefeitos, com o dono de hotel, dono de restaurante, aquele micro, pequeno e médio empreendedor que toca o turismo lá na ponta. O resultado é muito positivo.

Em 2023, recuperamos o número de turistas do período pré-pandemia e tivemos uma arrecadação com o turismo internacional, que foi recorde de todos os tempos. Arrecadamos, só em 2023, US$ 6,9 bilhões. Superamos 2014, que foi o ano da Copa. Devolvemos o Brasil para o mundo, que se tornou novamente um lugar cobiçado e desejado.

Acredita que devemos desenvolver cada vez mais metodologias para estimular o turismo também no inverno?

Sim. Quando você olha para Santa Catarina, essa sazonalidade pode e deve ser enfrentada. Temos aqui os balões, os cânions, o turismo religioso, o ecoturismo, um monte de possibilidades, para além do sol e da praia. Reafirmo: o Brasil e Santa Catarina não são feitos só de Sol e praia. Temos muita possibilidade de transformar isso em produto para fazer o turista chegar durante o ano inteiro, o que é muito importante para a economia.

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