Lula critica greve nas universidades e dispara: ‘Não tenho medo de reitor’

O presidente Lula voltou a criticar a greve nas universidades e institutos federais. Em um evento em São Luís, Maranhão, na sexta-feira (21), Lula afirmou que “não tem medo” de reitores.

Lula voltou a criticar greve nas universidades em evento no Maranhão na sexta-feira (21) – Foto: Ricardo Stuckert/PR

No Maranhão, o presidente anunciou o investimento de R$ 9 bilhões por meio do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Os recursos serão destinados aos setores de mobilidade, energia, portuário e esportivo.

Lula voltou a se queixar da greve nas universidades, que já dura mais de três meses em todo o país. Em uma das declarações, o presidente fez alusão ao dedo que perdeu em um acidente de trabalho quando era metalúrgico.

“Vocês estão lembrados de um presidente que nunca recebeu um reitor na vida dele, nunca recebeu um reitor? Eu, em apenas 1 ano e 7 meses, já convidei 2 reuniões com todos os reitores do Brasil, das universidades e dos institutos federais, porque eu não tenho medo de reitor”, alegou.

Estudantes da UFSC, que haviam aderido à greve, anunciaram o fim da mobilização

Professores e estudantes encerraram a greve na UFSC, mas servidores técnicos seguem paralisados – Foto: Salvador Gomes/Agecom/UFSC

“Esse dedo que falta não foram eles que morderam. Esse dedo eu perdi numa fábrica e, portanto, quero ter uma relação a mais democrática possível”, completou o presidente.

Em entrevista a uma rádio maranhense, Lula afirmou que os servidores técnico-administrativos que estão em greve nas universidades “nem agradeceram” o reajuste do ano passado.

“As universidades sabem que demos 9% no primeiro ano, sem eles pedirem. Aí o pessoal queria 4,5 %. Já ganharam em 2023, nem me agradeceram, e já estão querendo. Vamos resolver do jeito que for possível, temos que melhorar a vida das pessoas”, declarou o presidente.

Lula na reunião com os reitores em meio à greve nas universidades

Em reunião com reitores, Lula anunciou novos investimentos para universidades e hospitais universitários em todos os estados – Foto: Reprodução/MEC

Lula já tinha dito em reunião com os reitores das instituições federais, em 10 de junho, que não havia motivo para a greve continuar. Na ocasião, o governo federal anunciou um investimento de R$ 5,5 bilhões no ensino superior.

“Nesse caso da educação, se vocês analisarem o conjunto da obra vocês vão perceber que não há muita razão para essa greve estar durando o que está durando. Quem está perdendo não é o Lula, quem está perdendo não é o reitor, quem está perdendo é o Brasil e os estudantes brasileiros”, argumentou.

Apesar das tentativas de Lula, greve nas universidades continua

Os professores de diversas instituições como a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) já anunciaram o fim da greve docente. Os servidores, por outro lado, rejeitaram a proposta do governo.

Segundo a Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos do Ensino Superior), a greve dos servidores técnicos que começou em março atinge 68 universidades.

Cartaz dos servidores da UFSC escrito "A greve continua; Lula, a culpa é sua!"

“A greve continua; Lula, a culpa é sua!” protestam os servidores técnico-administrativos da UFSC – Foto: Reprodução/Sintufsc

A categoria acumula uma defasagem salarial de 54% nos últimos sete anos, de acordo com o Sintufsc, que representa os trabalhadores da UFSC.

O sindicato anunciou em 14 de junho que a greve continua na universidade, mesmo com a nova oferta apresentada pelo Ministério da Gestão e Inovação no Serviço Público.

O governo federal aumentou o reajuste médio para 31,2% em quatro anos. Com a proposta, os ganhos com progressão na carreira (chamados de steps) passarão de 3,9% para 4,0% em 2025 e 4,1% em 2026.

Entrada da UFSC bloqueada por servidores em greve

Servidores técnicos bloquearam o acesso à UFSC em ato da greve – Foto: Reprodução/Sintufsc

O reajuste salarial para os servidores técnicos seria de 9% em janeiro de 2025 e 5% em abril de 2026. O governo, no entanto, manteve o reajuste zero em 2024.

Vale lembrar que a categoria já haviam garantido reajuste de 118% no auxílio-alimentação e 51% no auxílio-saúde e auxílio-creche.

“Mais uma vez, a proposta do governo não repõe as perdas salariais acumuladas nos últimos nove anos e exclui os aposentados. Por isso foi rejeitada, novamente, por unanimidade”, declarou em nota o Comando Local de Greve na UFSC.

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