Plásticos de uso único podem ser proibidos a partir de 2029 no Brasil; Senado avalia proposta

Com o aumento gradual na produção de lixo mundial, o Senado Federal, por meio do projeto de lei 2.524/2022 avalia a criação de um marco regulatório com foco principal na proibição da fabricação, importação, distribuição, uso e comercialização de produtos de plástico de uso único feitos de materiais não compostáveis.

Senado Federal discute projeto de lei contra produtos plásticos nocivos ao meio ambiente

Senado Federal discute projeto de lei contra produtos plásticos nocivos ao meio ambiente – Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência/ND

Senado discute o Projeto de Lei

Segundo o texto, de autoria do senador Jean Paul Prates (PT-RN), a partir do dia 31 de Dezembro de 2029, “todas as embalagens plásticas colocadas no mercado serão retornáveis e comprovadamente recicláveis ou substituídas por embalagens confeccionadas por materiais integralmente compostáveis, feitos a partir de matérias-primas renováveis”.

O projeto também reduz a zero a alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) incidente sobre embalagens confeccionadas em materiais biodegradáveis ou compostáveis.

Além disso, estabelece outros mecanismos para incentivar a economia circular.

Em sua argumentação, Prates aponta a produção de 500 bilhões de itens descartáveis de plástico por ano no Brasil. São mais de 15 mil deles por segundo, feitos para consumo e descarte imediato.

Projeto de lei é de autoria do senador Jean Paul Prates (PT-RN) – Foto: Reprodução/Jefferson Rudy/Agência Senado/ND

“Além dos impactos socioeconômicos, essa poluição traz riscos para a saúde das pessoas. Estudos científicos já encontraram fragmentos de plástico nas fezes, na placenta e até no pulmão humanos. Os microplásticos estão na água que bebemos, no sal, nos peixes e frutos do mar , no mel e até na cerveja. Estamos ingerindo, respirando e absorvendo partículas de plástico – e ainda não compreendemos as consequências disso para a nossa saúde”, alerta o senador.

Em outubro de 2023, o projeto de lei foi aprovado na Comissão de Assuntos Sociais do Senado e agora aguarda discussão na Comissão de Assuntos Econômicos da casa.

Lixo cresce a nível mundial em escala preocupante

Segundo alerta emitido pela ONU no último mês, o volume de resíduos no mundo, que atingiu 2,3 bilhões de toneladas em 2023, poderá aumentar em mais de 60% até 2050 e provocar graves impactos na saúde e na economia.

Seguindo o ritmo atual, os resíduos (excluindo os industriais e de construção) devem atingir 3,8 bilhões de toneladas anuais até meados deste século, excedendo as previsões de um relatório anterior do Banco Mundial.

Produção de lixo mundial é preocupação eminente – Foto: Eduardo Valente/Arquivo/ND

A crise será especialmente aguda nos países que utilizam métodos poluentes para tratar resíduos, como aterros sanitários ou incineração a céu aberto, que resultam na poluição do solo e na emissão de gases de efeito estufa, como o metano, ou gases poluentes, como o carbono negro.

Acredita-se que os resíduos orgânicos que se decompõem em aterros sanitários sejam responsáveis por 20% das emissões humanas de metano, o gás que gera o maior aquecimento entre todos com efeito estufa.

*Com informações do site Conexão Planeta

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