Mãe e padrasto serão investigados por tortura em caso de menina de 3 anos morta em Indaial

Depois do crime brutal contra a menina de 3 anos, Isabelly de Freitas, na última segunda-feira (4), e a confissão da mãe e do padrasto, na quarta-feira (6), a Polícia Civil de Indaial investiga o crime de tortura seguido de morte. A informação foi repassada pelo delegado Filipe Martins Alves Pereira ao repórter Moises Stuker, da NDTV.

Menina morte pelo padrasto e mãe terá investigação de tortura

Menina de 3 anos foi morta em Indaial – Foto: Reprodução/ND

De acordo com o delegado, a polícia científica esteve no local e detectou politraumatismo na criança. Ainda de acordo com o delegado, a narrativa das testemunhas revelou que a mãe era extremamente agressiva com a criança.

Agora a linha de investigação aponta para revelar se além do homicídio também houve crime de tortura. “A investigação continua, porque nós podemos ter um crime de homicídio, mas também podemos ter outro crime de tortura, que se prolongou no tempo e acabou culminando no homicídio de segunda-feira”, explicou o delegado.

Manchas em calça gerou dúvidas sobre a primeira versão da mãe e padrasto que mataram menina

O delegado Antônio Godoi participou das investigações e comentou durante a coletiva de imprensa que esclareceu alguns detalhes sobre o crime que chocou Indaial que percebeu um detalhe peculiar que o fez repensar sobre o que se tratava a ocorrência.

“Nós começamos os trabalhos imaginando que fosse mais um sequestro. No decorrer, dividimos as tarefas e eu fui mais para a atividade de campo e teve uma situação muito peculiar e que me chamou muita a atenção”, disse Godoi.

O detalhe estava nos fundos da casa, pendurado em uma cerca, através de um tapete vermelho. “Quando cheguei na casa nos encontramos um tapete vermelho pendurado em uma cerca e atrás, eu me deparei com uma calça, e a barra dessa calça tinha pequenas manchas de cloro. Então ali já me acendeu uma luz no sentido que nós podíamos estar diante de um outro desfecho”, esclareceu o delegado.

O casal virou suspeito depois que divergências e narrativas controversas começaram a surgir. O delegado Filipe Martins revelou que testemunhas ouvidas na quarta-feira disseram que ouviram uma discussão dentro da casa na segunda-feira, dia em que a criança foi morta.

Relembre o caso da menina morta pela mãe e padrasto em Indaial

O corpo da menina de 3 anos, que estava desaparecida em Indaial, no Vale do Itajaí, desde segunda-feira (4), foi encontrado na noite desta quarta-feira (6). A mãe e o padrasto confessaram o crime.

O casal contou, em interrogatório à polícia civil, que os atos de violência eram recorrentes e usados como forma de “correção”. Além disso, o padrasto disse que a mãe da criança também teria batido na menina.

“Quando eles perceberam que não tinham mais escapatória, que a polícia tinha descoberto e avançado bastante, apesar de uma investigação de menos de 24 horas, o padrasto da criança confessou e disse que teria iniciado as agressões, mas que a mãe também participou”, comenta o delegado.

Ele ainda relata que quando a criança veio a óbito, eles tiveram a ideia de se livrar do corpo. Eles colocaram a criança dentro de uma mala e enterraram em uma área de mata, próximo à BR-470. Imagens foram capturadas por câmeras de segurança.


Imagens mostram mãe e padrasto levando mala com corpo de criança de 3 anos em Indaial – Vídeo: Polícia Civil/Reprodução/ND

Em outro vídeo, o casal caminha pela rua com a mala e, em determinado momento, abandona o objeto que foi usado para esconder o corpo da menina de 3 anos.

Imagens mostram mãe e padrasto levando mala com corpo de criança de 3 anos em Indaial – Vídeo: Polícia Civil/Reprodução/ND

Foi o padrasto da menina que indicou o local onde estava o corpo enterrado. Uma perícia foi feita no local de crime e na residência do casal, sendo que diversos vestígios de sangue foram encontrados.

O delegado aguarda os laudos periciais da Polícia Científica para determinar a forma como a criança foi morta. A mãe e padrasto tiveram a prisão temporária decretada pelo Poder Judiciário da Comarca de Indaial e foram encaminhados ao Presídio de Blumenau.

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