Com alvos em SC, esquema de lavagem refinado tem suposto líder preso e vida de luxo exposta

A Operação Follow the Money, em tradução “siga o dinheiro”, desta quarta-feira (6) expôs um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas e supostamente liderado por empresários da região de Curitiba, no Paraná.

Bolsas com dinheiro, com mais de R$ 150 mil, estavam em um veículo na garagem de um imóvel em Curitiba - Receita Federal/Divulgação/ND

1
4

Bolsas com dinheiro, com mais de R$ 150 mil, estavam em um veículo na garagem de um imóvel em Curitiba – Receita Federal/Divulgação/ND

A moto Harley Davidson também estava em Curitiba - Receita Federal/Divulgação/ND

2
4

A moto Harley Davidson também estava em Curitiba – Receita Federal/Divulgação/ND

Operação cumpriu 33 mandados de busca e apreensão  - Receita Federal/Divulgação/ND

3
4

Operação cumpriu 33 mandados de busca e apreensão – Receita Federal/Divulgação/ND

Operação revelou sofisticado esquema de lavagem de dinheiro  - Receita Federal/Divulgação/ND

4
4

Operação revelou sofisticado esquema de lavagem de dinheiro – Receita Federal/Divulgação/ND

Conforme revelado, os investigados são ligados ao ramo de transportes, construção e aluguel de máquinas pesadas. Juntos, eles movimentaram mais de dois bilhões entre créditos e débitos, através de 500 contas bancárias.

“Somente nos últimos dois anos, apurou-se que o líder dessa organização teve à sua disposição R$ 18 milhões para gastos pessoais e investimentos em maquinário para operação de suas empresas”, revela o auditor-fiscal Ivens Lopes Ribeiro.

Segundo a investigação, o líder dessa organização já havia sido preso por tráfico internacional de entorpecentes e usava documentos falsos para não chamar a atenção. Ele foi preso temporariamente durante operação.

Contra o chefe do grupo, há acusação de utilizar dezenas de pessoas e de empresa laranjas para a lavagem de dinheiro. O empresário ainda teria adquirido veículos de luxo em nome de pessoas sem capacidade econômico-financeira para ocultar a verdadeira propriedade dos bens.


Jet-ski e tratores foram apreendidos em Campina Grande do Sul-PR – Vídeo: Receita Federal/Divulgação/ND

A Receita Federal revelou ainda que os suas propriedades eram adquiridas em nome de uma imobiliária e de uma empresa de participações, as quais foram responsáveis pela aquisição de ao menos três imóveis de luxo em Curitiba.

Sofisticado esquema de lavagem de dinheiro

Ainda segundo a investigação, com o auxílio de um contador ligado ao grupo, as empresas, em nome do investigado, apresentavam declarações de faturamento à Receita Federal, mesmo sem prestar nenhum tipo de serviço ou sem qualquer registro de venda de mercadorias.

Em uma dessas empresas, por exemplo, foram gastos mais de R$ 8 milhões na aquisição de máquinas pesadas para locação e prestação de serviços, mas ao que tudo indica nenhum serviço foi prestado.

O sofisticado esquema de lavagem envolvia compensações de boletos (cobrança bancária) que eram pagos por empresas também ligadas à organização e suspeitas de serem utilizadas apenas para movimentação de recursos ilícitos.

Já em outra empresa ligada ao ramo de “atividades esportivas” e em nome da companheira, eram declarados valores provavelmente falsos relativos a prestações de serviços, suspeita a investigação.

Conforme a Receita Federal, isso era feito apenas para justificar e dar aparência de licitude a gastos e despesas pessoais do casal.

Nos últimos dois anos e em relação a esse núcleo principal, a investigação apurou a disponibilidade de aproximadamente R$ 18 milhões para gastos pessoais e para aquisições de imóveis e veículos sem origem lícita conhecida.

A polícia ainda vai apurar a origem lícita ou não dos recursos utilizados para a compra de dezenas de caminhões em nome de empresas ligadas ao grupo criminoso.

Remessas de cocaína

No decorrer da investigação, a polícia identificou ainda duas remessas de cocaína vinculadas à organização. Uma trata-se de uma apreensão de 700kg de cocaína, ocultos em uma lixeira de metal que seria transportada para o Nordeste, provavelmente para embarque com destino ao exterior. A outra se refere a uma apreensão de aproximadamente 800kg de cocaína em um navio rebocador em Santa Catarina.

Megaoperação

A operação desta quarta-feira (6) envolveu 200 policiais federais e 20 auditores da Receita Federal. Contou ainda com o apoio da Polícia Militar de Santa Catarina.

Na ação, dois dos principais líderes do grupo foram preso. Além disso, houve o cumprimento de 33 mandados de busca e apreensão nas cidades de Curitiba, Piraquara, Tijucas do Sul, Pontal do Sul, Santo Antônio do Sudoeste, Londrina, Loanda, Camboriú, Barra Velha (SC), Itapoá (SC) e Barroquinha (CE).

As ordens judiciais expedidas pela 14ª Vara Federal de Curitiba preveem também o sequestro de dezenas de imóveis, contas bancárias e de veículos com suspeita de ligação com a organização criminosa.

Bolsas com R$ 100 mil

Durante a operação em imóveis de luxo, os policiais encontraram diversos veículos importados, maquinário agrícola, jet-skis e outros artigos de alto valor agregados. Em algumas bolsas encontradas dentro de carros importados foram localizados mais de R$ 100 mil em espécie.

A operação também realizou buscas em um escritório de contabilidade em um bairro nobre de Curitiba, cujo proprietário é suspeito de criar empresas em nome de laranjas e de auxiliar a organização na lavagem de dinheiro.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.