Recheada de articulações desde a última semana, a sessão desta segunda-feira (4) foi marcada por muita tensão desde o acesso à Câmara de Vereadores de Florianópolis.
Ao menos cinco viaturas da Guarda Municipal cercaram a Casa Legislativa com o efetivo distribuído pelos corredores. O acesso às galerias esteve limitado ao longo da sessão com mais de quatro horas de duração.
O vereador denunciado, Maikon Costa (PL), chegou com um colete com a seguinte frase: “fiscalizando o município”.
Visivelmente acuado e intervindo a cada fala dos demais vereadores, Maikon Costa contava com a maior parte do apoio dos presentes nas galerias.
A mãe do vereador, em mais de uma oportunidade, chorou em meio às falas do filho.
Costa usou seu espaço de defesa – 60 minutos distribuídos entre ele e a advogada – para disparar acusações, sobretudo, endereçadas a vereadora Pri Fernandes (Podemos), a qual chamou de “corrupta” em mais de uma oportunidade.
Maikon Costa, que sempre se mostrou orgulhoso de oferecer oposição ao governo Topázio Neto, também divulgou supostos áudios em que o Executivo é acusado de ilegalidades na contratação de uma empresa para operar o sistema de estacionamento rotativo.
Outro ponto que chamou a atenção foi a ausência do líder do governo, Renato da Farmácia (PSDB), que registrou presença no início da sessão, mas se ausentou logo que o parecer começou a ser lido.
Segundo repassado à Coluna Bom Dia, ao ser questionado – informalmente – sobre o seu voto, respondeu que pouco importava já que ele iria “fugir” e não estar presente na hora da votação.
O indicativo do vereador, inclusive, já tinha sido destaque na Coluna Bom Dia já que ele se mostrava contrário a ideia de vereadores cassarem vereadores. “Quem tem que cassar é o povo”, alegou, na ocasião.
Se faltou contundência na denúncia pela quebra de decoro parlamentar por parte de Maikon, sobraram episódios controversos ao longo de sua trajetória na Câmara de Vereadores.
O resumo, de alguma forma, pode ser constatado na fala da vereadora Carla Ayres (PT), a mais contundente da noite:
“Independente do resultado dessa votação, meu entendimento desse afastamento é por segurança de todos os funcionários e assessorias, principalmente das mulheres desta casa [Legislativa], que se sentem ameaçadas com todas essas atitudes. […] É um basta a uma cesta recheada de posturas que afrontam nosso decoro, constantemente, diariamente”, discursou Carla Ayres (PT), ao justificar seu voto pela cassação de Maikon Costa (PL).
Essa foi a linha que conduziu a saída de Maikon Costa com 17 votos favoráveis e 4 votos contrários – além de uma ausência.
Suplente de Maikon Costa
Com a cassação consolidada e publicada no Diário Oficial do Município – até às 21h54 o documento ainda não havia sido disponibilizado – a substituição de Maikon Costa deverá consolidada também no TRE (Tribunal Regional Eleitoral), nesta terça-feira.
Com as devidas formalizações o futuro vereador Bruno Becker já será empossado na sessão ordinária agendada para às 16h.
Recurso de Maikon Costa
O vereador Maikon Costa, em mais de uma oportunidade, adotou uma fala de “derrota”. Ele também manifestou não saber sobre o recurso e, juntamente com a advogada, iria analisar a possibilidade de ingressar judicialmente para anular a decisão do plenário.