Após decisão judicial, Florianópolis rompe com a FG; Comcap assume coleta de lixo até empresa de Criciúma assumir

Nem que seja emergencialmente, a Comcap está a postos para voltar a atuar na coleta de lixo de todo o município de Florianópolis. A prefeitura publicou no Diário Oficial do Município da última quinta-feira, dia 25 de abril, o rompimento do contrato com a empresa FG Soluções Ambientais, responsável pelas regiões onde o serviço é terceirizado.

O contrato estava em vigor desde janeiro de 2022, quando a FG subtituiu a Amazon Fort – investigada na Operação Presságio. Nos próximos dias será chamada para assumir o serviço a empresa Racli, que tem sede em Criciúma.

Segundo a prefeitura, nos próximos dias o serviço será tocado pela Comcap, seja com deslocamento de funcionários da coleta seletiva, seja com o uso de terceirizados da prefeitura.

De acordo com o Sintrasem (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis), a autarquia já está sendo acionada para atender bairros que eram operados pela FG – Jurerê, parte de Ingleses, Canasvieiras, Balneário, parte de Coqueiros, parte do Estreito e Centro.

O rompimento do contrato de coleta de lixo a FG foi informada pelo Sintrasem em suas redes sociais e confirmada pelo upiara.net junto à prefeitura de Florianópolis. A medida atende decisão judicial que questionava a licitação vencida pela empresa em 2021.

A prefeitura, através da Secretaria de Comunicação, avalia que a transição entre as empresas levará cerca de 10 dias e que trará mais segurança jurídica para o município, por tratar-se da licitação original que estava embargada em vez de uma contratação emergencial.

O Sintrasem aproveitou o momento para voltar a questionar a terceiração do serviço.

Sem concurso desde 2012, equipamentos sucateados, quem vai manter a cidade limpa é a Comcap. Mais um contrato. Mais um contrato terceirizado cancelado pela Justiça – disse o diretor do Sintrasem, Sandro Luiz Todeschini em vídeo gravado na noite de domingo.

O prefeito Topázio Neto (PSD) é defensor da substituição gradual da Comcap por empresas terceirizadas. Segundo ele, o custo da coleta pela autarquia é muito caro para o município. Em fevereiro, em entrevista ao programa Cabeça de Político, ele disse que não irá mais fazer concurso para a Comcap.

Por uma deficiência dos gestores ou por uma sanha muito grande do sindicato, eles foram tendo conquistas ao longo do tempo que foi inviabilizando a empresa em termos de custo. A cidade não consegue mais pagar o preço que a Comcap custa hoje. Além disso, o sindicato sempre usou a classe dos trabalhadores como massa de manobra. Quando tinha 100% (da coleta feita pela) empresa pública, eles vinham e peitavam o prefeito. Se o prefeito tentasse discutir, eles paravam a cidade inteira – disse Topázio na entrevista.


Foto: Funcionários da Comcap mobilizados para atender demandas extras com o rompimento do contrato da prefeitura com a empresa terceirizada FG.
Crédito: Sintrasem, Divulgação.

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