SC é o último estado no ranking de número de deputadas estaduais

Com três deputadas estaduais eleitas na última eleição, Santa Catarina ocupa o último lugar no número e na porcentagem de mulheres nas Assembleias Legislativas do Brasil. Um levantamento feito pela equipe do site Upiara.net, aponta também que nenhum estado tem mais de 30% de mulheres eleitas atuando nos legislativos estaduais. O parlamento do Amapá é atualmente o com maior porcentagem de eleitas, 29,16%, com sete deputadas em um universo de 24 parlamentares. São Paulo, que ocupa o segundo lugar do ranking, tem o maior número de eleitas, 25 de 94, representando 26,59%.

O exemplo do Paraná – Na pesquisa, chama a atenção o parlamento do Paraná, que embora tenha somente 18,51% de mulheres eleitas, dobrou sua bancada de 2018 para 2022, passando de cinco para 10, das 54 vagas. Para a deputada Maria Victoria, o resultado é fruto da unidade da bancada e de uma atuação conjunta focada na garantia e fortalecimento dos direitos da mulher.

“Esse crescimento da bancada é resultado de um trabalho consistente das deputadas estaduais e das lideranças femininas que estão ocupando posições dentro de seus partidos. A nossa bancada é formada por mulheres de diferentes origens e com bandeiras distintas que se unem em pautas de interesse da sociedade paranaense”, ressalta a parlamentar, que também é presidente estadual do Progressistas.

Os dados levantados pela pesquisa comprovam que mesmo com a lei das cotas, que garante a obrigatoriedade de no mínimo 30% de vagas para candidaturas de mulheres nas eleições, ainda estamos longe de garantir a mesma representatividade entre os eleitos.

Entre as eleições municipais de 2016 e 2020 o número de candidatas aumentou 18%, segundo dados do TSE. O crescimento de mulheres disputando as eleições resultou em 17,5% a mais de eleitas. Esse reflexo entre candidatas e eleitas também ocorreu nas eleições estaduais de 2018 e 2022. Foram 7,5% a mais de candidatas e o aumento de eleitas foi de 8,36%.

Para a desembargadora do Tribunal Regional Federal (TRF-4) e juíza substituta do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC), Ana Blasi, a discussão sobre as cotas está ultrapassada.

“A questão das cotas está ultrapassada, é necessário e vital que a gente diminua o tempo de atraso com relação à participação da mulher na política no Brasil. Entendo que a cota também deve ser garantida para as eleitas. Acredito que seja o próximo passo, mas ainda são muitas as resistências, porque agora todo mundo acordou para o problema. Para mim a efetividade das cotas não se discute”, conclui.

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