Turismo de Blumenau precisa aprender com lições do passado

Por Emílio Rossmark Schramm, presidente do Sindilojas Blumenau

Blumenau ultrapassou as fronteiras nacionais e se tornou uma referência em muitos aspectos que a transformaram em um polo turístico. Com a mesma eficiência que milhares de empreendedores da indústria, os varejos e serviços construíram a imagem da cidade como um núcleo de excelência em diversos setores.

O turismo colhe os frutos dos investimentos humanos e materiais nos eventos, na produção de cervejas artesanais e na preservação e difusão da cultura herdada dos colonizadores.

Uma grata e bem-sucedida aglutinação de indivíduos, entidades empresariais, associações culturais, clubes, igrejas, agências de publicidade, meios de comunicação e o setor público, entre outros, famosos ou anônimos. Alguns levantaram paredes, muitos colocaram tijolos e assim foi edificada uma realidade que se converteu em milhares de empregos e milhões de reais de arrecadação.

Nem sempre foi assim. Esse cenário era quase impensável no início dos anos 1980. Lembro de quando uma delegação foi a Gramado, conhecer a fórmula que já fazia a pequena cidade gaúcha ser famosa pelo natal; dos conselhos do João Batista Sérgio Murad, o Beto Carrero, para que o enxaimel tomasse conta das fachadas dos prédios do centro da cidade, como uma marca e um diferencial blumenauense. E dos debates para a primeira edição da Oktoberfest, que enfrentou o desânimo provocado pelas cheias de 1983/84.

No entanto, a fórmula da união que nos fez chegar até aqui parece estar esquecida, quando justamente uma entidade cervejeira, com menos de um ano de existência e somente nove associados, ataca um dos principais eventos do setor em Santa Catarina, corresponsável pelo sucesso da identidade de Capital Brasileira da Cerveja atribuída a Blumenau.

O Festival Brasileiro da Cerveja, o Concurso Brasileiro da Cerveja e a Feira Brasileira da Cerveja, organizados por uma entidade de direito privado, em sintonia com instituições representativas do comércio, hotelaria, bares e restaurantes, acumulam 16 anos de êxito, reconhecidos no exterior. Esses eventos suportam a concorrência de grandes centros do país, de cidades com maior público e infraestrutura. Vale ressaltar que, dentre as nove cervejarias associadas, apenas cinco participaram do festival.

Neste período, a Ablutec construiu uma ampla rede de relacionamento na cadeia produtiva cervejeira, gerando empregos, oportunidades de empreender, renda e tributos. O mercado é livre, felizmente – e quem estiver disposto a enfrentar os riscos de organizar um evento desta magnitude, que assim o faça. Mas não podemos renunciar às lições que nos trouxeram até aqui e poderão nos levar ainda mais longe. Com união, diálogo e comprometimento por Blumenau e o Vale Europeu.

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