Com um Audi na garagem, dinheiro em cofres e diversos relógios luxuosos, o russo líder do esquema investigado na Operação Brianski, da PF (Polícia Federal), reside em Jurerê Internacional, em Florianópolis. A informação foi confirmada com exclusividade por fontes ao portal ND Mais, na quarta-feira (28).

Dinheiro apreendido em Florianópolis – Foto: Divulgação/PF/ND
Apesar da vida luxuosa supostamente obtida pela lavagem de dinheiro em um esquema que movimentou até R$ 40 milhões, o indivíduo não foi preso. A Justiça Federal optou por impor-lhe o uso de tornozeleira eletrônica.
Ao ND Mais, a Justiça Federal não se manifestou sobre o processo, alegando que o mesmo está sob sigilo.
Nos autos do processo, além da lavagem de dinheiro, os investigados são acusados de envolvimento na compra e venda de imóveis luxuosos como meio de lavagem de dinheiro.

Dinheiro apreendido no Ceará – Foto: Divulgação/PF/ND
Tudo ocorria em uma conexão criminosa entre Rússia e Brasil. Segundo a Polícia Federal, os dois líderes russos do esquema já foram condenados em seu país de origem. Um deles, em 2015, na cidade russa de Penza, por fraude, e o outro na província de Samarskaya pelo crime de roubo. Ambos entraram no Brasil em 2018 e estão sob monitoramento das autoridades.
Luxo dos investigados
Segundo vídeos da operação divulgados pela PF, durante o cumprimento dos mandados, a polícia encontrou casas e apartamentos luxuosos, além de carros de alto padrão, que somam mais de R$ 1 milhão, evidenciando um estilo de vida que ostentava riqueza em Florianópolis.
Além disso, foram encontrados passaportes, cofres, documentações e decorações dignas de um filme.
Carros apreendidos pela PF
- Volvo C40 – R$ 359.950
- Volvo 8 Ultimate 2023 – R$ 399.950
- Tesla Model X Performance 2020 – R$ 754.500
Como surgiu a Operação Brianski?
As suspeitas da PF surgiram após o líder do esquema adquirir imóveis, carros de luxo e ostentar uma vida em Florianópolis sem qualquer comprovação de renda.
A operação também revelou que os recursos provenientes da lavagem de dinheiro eram movimentados por brasileiros que utilizavam empresas sediadas em Goiás.
Operação da Polícia Federal em Florianópolis – Vídeo: Divulgação/PF/ND
As transações financeiras eram efetuadas por meio de transações com criptomoedas, convertidas posteriormente em moeda nacional e transferidas para as contas dos investigados estrangeiros no Brasil, assim como para suas famílias e empresas.
Ademais, os criptoativos também eram empregados na aquisição de imóveis de alto padrão e veículos de luxo, muitos dos quais registrados em nome de terceiros.
Dessa forma, o russo, que residia em Florianópolis, atuava como uma espécie de “corretor imobiliário” de imóveis de alto padrão. Ou seja, conforme a investigação, diversas mansões na cidade foram adquiridas com dinheiro ilícito e vendidas a terceiros.