Mulher de 29 anos pensou ter dengue e descobriu que leucemia já tinha tomado 93% do seu corpo

Tallita Knebel, de 29 anos, levou um susto ao descobrir que estava com leucemia, e não com dengue como suspeitava. A suspeita de dengue surgiu após vários casos na cidade onde mora, em Campo Grande (MS).

Leucemia já tomou 93% do corpo da jovem

Jovem descobre que tem leucemia ao desconfiar que tinha dengue – Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/ND

Durante o período em que esteve afastada por dengue, a técnica de enfermagem permitiu que uma amiga enfermeira realizasse nela um teste do laço – um exame utilizado para detectar a fragilidade dos vasos sanguíneos, comumente realizado em casos suspeitos de dengue.

“Na hora que minha amiga fez o teste, meu braço se encheu instantaneamente de manchinhas vermelhas”, conta a jovem.

Sua amiga então orientou que Tallita fosse imediatamente até uma Unidade Básica de Saúde realizar um teste para confirmar o diagnóstico. No entanto, a jovem decidiu aguardar e só buscar atendimento caso estivesse com febre ou outros sintomas de dengue.

Alguns dias depois, a situação piorou. A técnica de enfermagem sentiu febre, dores no corpo e fraqueza. Os sintomas eram tão intensos que Tallita não conseguia comer.

Mesmo doente, ela não procurou um médico e foi fazer a prova prática para tirar a habilitação de moto.

“Fui tão mal que, no fim do circuito, achei que não tinha passado. Liguei para a minha mãe chorando muito e, ao desligar a chamada, desmaiei”, relembra.

Então, Tallita foi levada ao hospital, fez uma série de exames, mas foi mandada para casa porque o local estava cheio.

Da dengue ao câncer

A jovem fez vários exames e neste meio tempo, manchas vermelhas continuavam aparecendo por todo o seu corpo. Além delas, hematomas também surgiram, além de estar pálida e sem forças para andar.

Segundo Tallita, uma médica que a atendeu disse que já tinham sido feitos exames de sangue há 4 meses, e foi então que uma pergunta surgiu: Tallita Knebel tinha histórico de câncer na família? Quando a jovem respondeu que sim, a médica começou sua investigação.

Da dengue a leucemia

Tallita conta sobre como foi a descoberta da leucemia – Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/ND

O caso foi encaminhado para a especialidade de hematologia. Permanecendo hospitalizada, Tallita enfrentou outra semana de exames extensivos até que os médicos determinaram o diagnóstico de leucemia linfoblástica aguda, subtipo B.

“Estava com 93% de comprometimento de medula. Fui considerada basicamente morta. Nenhum médico achou que eu iria conseguiria sair do hospital. Precisei receber 50 transfusões de sangue e plaquetas na primeira internação”, conta.

Como a jovem está hoje em dia?

No início deste ano, mesmo enfrentando a leucemia ativa, Tallita passou por um transplante de medula óssea em um hospital particular, utilizando seu convênio médico. Felizmente, sua irmã foi identificada como doadora 100% compatível.

Tallita compartilha que o transplante foi uma medida preventiva para evitar o agravamento da doença, que já havia retomado 10% da medula óssea devido à ineficácia da medicação.

Atualmente, sua condição é de 0,0084% de leucemia, porém, devido à mutação cromossômica filadélfia, o prognóstico é desafiador. Esta mutação, que consiste na troca de parte dos cromossomos 9 e 22, torna o tratamento mais difícil.

Embora haja opções de tratamento, o custo é significativo. Cada caixa do medicamento necessário custa R$ 14 mil e Tallita precisa de uma por mês. Ela depende de rifas, doações e qualquer forma de assistência para custear o medicamento, que representa sua esperança de alcançar a remissão do câncer.

Tallita compartilha sua angústia em relação ao futuro, considerando a incerteza da remissão devido à mutação. Ela reflete sobre questões como o retorno ao trabalho e sua filha, enquanto enfrenta essa jornada desafiadora.

O que é leucemia linfoblástica aguda?

De acordo com o Ministério da Saúde, a leucemia linfoblástica aguda é uma doença rara, um tipo de câncer do sangue e da medula óssea que afeta os glóbulos brancos.

A leucemia linfoblástica aguda é um dos tipos mais comuns de câncer na infância, caracterizado por erros no DNA de uma célula da medula óssea.

Os sintomas associados a essa condição podem abranger desde o aumento dos gânglios linfáticos até hematomas, febre, dores ósseas, sangramento das gengivas e infecções recorrentes.

Os tratamentos disponíveis incluem quimioterapia e medicamentos direcionados, os quais têm como objetivo eliminar as células cancerígenas de forma específica.

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