Santa Catarina: excelência na bovinocultura de corte

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O manejo eficiente e o cuidado com o rebanho garantem qualidade na carne e bem-estar animal – Foto: Divulgação

A bovinocultura de corte é a quinta atividade mais importante do agronegócio catarinense e muitos produtores adotam manejos eficientes, priorizando o bem-estar animal e a qualidade da carne, atendendo aos mais altos padrões do mercado.

Em Tijucas há  uma fazenda considerada modelo na criação de gado é também chamada de unidade de referência técnica, um feito e tanto para uma propriedade que há  cinco anos cultivava arroz. A transformação foi uma aposta do Vanderlei Cadore, um industrial com raízes no campo.

A propriedade abriu as portas para o conhecimento e recebeu acompanhamento da Epagri, que teve como primeira missão prestar apoio na correção do solo. A fase seguinte foi corrigir a acidez do solo e encontrar a pastagem mais adequada para o clima e as condições desse terreno.

O antigo arrozal também trazia outro desafio: não tinha árvores para oferecer sombra de descanso aos animais e para acabar com esse problema foram criadas sombras artificiais, também chamadas de sombrites. Essas estruturas além de minimizarem o estresse climático, reduzindo em 70% a incidência do sol, também contribuem para a saúde dos bovinos e para a produção.

O trabalho zeloso e o manejo eficiente são essenciais para garantir a saúde do rebanho e a qualidade superior da carne. Na propriedade se destacam o Angus, com sua carne marmorizada e sabor incomparável, e o Nelore, resistente e adaptável. O cruzamento dessas duas raças permite obter animais que reúnem o melhor de ambos os mundos, resultando em um rebanho robusto, adaptado às condições brasileiras.

O aprimoramento de técnicas, que vão desde o tamanho dos piquetes ao espaçamento do corredor, serve de espelho para jovens estagiários, alunos do curso técnico em Agropecuária do Instituto Federal Catarinense.

A fazenda formatada para servir como escola permite aos estudantes que fiquem até um mês na propriedade para aprender na prática os desafios da atividade e complementar a formação técnica.

Graças ao trabalho dedicado de produtores e pesquisadores, que investem em programas de seleção e cruzamentos estratégicos para potencializar as características de uma boa carne, o bovino de corte já é a quinta principal atividade do agro catarinense.

Como Santa Catarina promove excelência no setor

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Referência em carne bovina de qualidade e produção sustentável – Foto: Divulgação

A seleção genética, a alimentação balanceada e o acompanhamento veterinário são práticas comuns para assegurar carnes de alta qualidade, o comprometimento com padrões sanitários e ambientais destaca Santa Catarina como referência na produção sustentável de carne bovina, promovendo a excelência no setor.

A saúde do rebanho é um tesouro a ser preservado e o controle sanitário é a arma mais eficiente para garantir que o estado seja área livre da febre aftosa sem vacinação há mais de 16 anos.

Segundo Diego Severo, diretor de defesa agropecuária da Cidasc, isso permitiu a exportação de outras cadeias, como a de aves e suínos, sendo de uma grande importância para o estado, já que Santa Catarina possui o certificado e comprova que tem controle total sobre tudo o que acontece no agronegócio.

Nos bastidores da indústria da carne, a busca incessante por qualidade começa nos frigoríficos, onde o rigor no controle sanitário se torna um pilar essencial. Dentro deles a higiene é uma obsessão: antes, durante e após o abate, os veterinários realizam inspeções minuciosas para identificar qualquer anomalia que possa comprometer a qualidade da carne.

Salas de abate, câmaras frias e demais áreas são monitoradas de perto para garantir que a carne seja processada e armazenada em condições ideais.

Além disso, Santa Catarina foi o primeiro estado a investir no rastreamento do rebanho, garantindo maior segurança nas questões sanitárias. Hoje, todos os bovinos nascidos por aqui são identificados e os profissionais fazem o acompanhamento desde o nascimento até o abate.

Fruto desse compromisso com o controle sanitário, muitos frigoríficos buscam certificações de qualidade e sustentabilidade – os selos atestam que os processos adotados vão além das exigências regulatórias, destacando-se por práticas que priorizam a saúde pública, o bem-estar animal e a preservação ambiental.

A importância da pesquisa

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Pesquisa e melhoramento genético: os avanços que impulsionam a bovinocultura catarinense – Foto: Divulgação

Falar da qualidade da bovinocultura catarinense é falar também sobre os avanços significativos impulsionados pela pesquisa e o melhoramento genético de raças, uma disciplina que transcende os limites do campo para moldar o futuro dos rebanhos.

Dentro de um laboratório de zootecnia e desenvolvimento rural da Universidade Federal de Santa Catarina, pesquisadores trabalham em alternativas para diminuir custos na dieta dos animais e, ao mesmo tempo, manter ou melhorar a qualidade final da dieta.

Segundo Diego Netto, do departamento de zootecnia e desenvolvimento rural da UFSC, a equipe avalia resíduos agroindustriais, como resíduos de cervejarias, da maçã, do bagaço da laranja, e aproveita esses ingredientes como parte da dieta. Depois da avaliação de ingredientes, o próximo passo é analisar os resultados nos animais.

Uma equipe de pesquisadores da mesma Universidade, por exemplo, busca acelerar o desenvolvimento de rebanhos mais produtivos e eficientes, com acesso a dados genéticos. Entender o DNA das raças permite aprimorar técnicas como ganho de peso, resistência a doenças e qualidade da carne.

Funciona assim: a equipe exemplifica isso com uma avaliação feita com ultrassom. Primeiro o equipamento analisa no animal as características do contrafilé e, depois, da região onde está localizada a picanha.

Já no laboratório, as amostras dos mesmos cortes analisados pelo ultrassom vão para outra máquina, que vai verificar a carne. Os genes responsáveis por garantir essas características especiais à carne são selecionados para serem repassados adiante aos futuros reprodutores, fazendo com que menos recursos sejam usados para uma produção mais eficiente, com menos impacto ambiental.

Do campo para a mesa dos catarinenses

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Do pasto ao prato: a contribuição da bovinocultura catarinense para a alimentação saudável – Foto: Divulgação

A carne bovina oferece uma gama de benefícios nutricionais, é rica em proteínas, ferro e vitaminas importantes para o funcionamento do corpo. Seus cortes variados atendem aos mais altos padrões de paladar e exigências do mercado. Além do sabor incomparável, a versatilidade na preparação torna a carne bovina uma escolha apreciada, garantindo refeições sofisticadas e mais saudáveis.

O nutricionista esportivo Takeo Kimoto explica que a carne bovina tem nutrientes essenciais para a manutenção da saúde do corpo. Ela é uma excelente fonte de proteínas essenciais para o processo de construção muscular. É rica em ferro, zinco e vitamina B12, por exemplo.

“- Hoje quando a gente pensa em qualidade de vida e longevidade, a preservação da massa magra que eu construí ao longo da minha vida ela vai ser essencial para que a gente possa viver muito bem mais pra frente” – completa.

Se você ficou interessado e quer saber mais sobre os processos que envolvem a bovinocultura catarinense, assista ao episódio completo do programa sobre o tema. O Agro, Saúde e Cooperação é um projeto desenvolvido pelo Grupo ND, em parceria com a Ocesc, Aurora, SindArroz Santa Catarina e Sicoob.

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