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A logística sempre foi uma peça crítica no quebra-cabeça do e-commerce, mas, cada vez mais, ela deixa de ser um centro de custo e passa a ser um diferencial competitivo. Com o crescimento do varejo digital, consumidores esperam entregas rápidas, rastreamento preciso e uma experiência fluida do clique à porta. Nesse novo cenário, a logística precisa se transformar em um sistema inteligente, ágil e escalável.
É justamente nesse contexto que surgem empresas como a Estoca, que tem ajudado a redesenhar a forma como a cadeia logística opera no Brasil. Fundada em 2020 por Caio Almeida e Rodrigo Cava, a startup nasceu da vivência prática de seus fundadores em empresas como Uber Eats e Rappi. “Identificamos uma desconexão fundamental entre o ambiente digital e a execução física no e-commerce”, explica Caio Almeida, CEO e cofundador da Estoca.
A proposta da empresa foi ousada desde o início: criar uma solução logística completa, combinando tecnologia proprietária com execução física de excelência, em um modelo asset light e escalável. O objetivo? Tornar-se o verdadeiro “sistema operacional” da logística no Brasil.
Com esse foco, a Estoca estruturou sua operação ao redor de um WMS próprio (sistema de gerenciamento de armazéns), conectando plataformas de vendas e ERPs e, mais tarde, desenvolvendo soluções de frete e entrega. Mesmo com uma abordagem asset light, foi necessário um investimento robusto em tecnologia e pessoas. O esforço deu resultado: em 2024, a empresa atingiu a lucratividade, impulsionada pelo ganho de escala.
Mas a trajetória não foi linear. Em 2021, os fundadores enfrentaram um dilema estratégico: seguir com um modelo puramente SaaS (Software as a Service) ou integrar a tecnologia à operação física? Optaram por abandonar o SaaS naquele momento para focar na operação logística. “Foi uma decisão dura, mas necessária. Com foco total em uma única solução, conseguimos escalar muito mais rápido”, relembra Almeida. Com a operação consolidada, a Estoca reintroduziu um modelo híbrido em 2023, unindo o melhor dos dois mundos.
Outro desafio importante foi construir confiança com os clientes. Convencer marcas a terceirizarem o controle de seus estoques exigiu não só tecnologia, mas também execução impecável. A Estoca passou então a oferecer automação ponta a ponta, desde cotação de frete até emissão de nota fiscal, empacotamento e entrega, simplificando a jornada dos varejistas online.
A cultura da empresa também foi posta à prova com o crescimento acelerado. “O senso de urgência permaneceu como um valor intrínseco, mas entendemos que precisa ser acompanhado de critério. Um erro agora pode impactar milhões de pedidos, e essa responsabilidade redefine nossa abordagem”, afirma Almeida.
A conexão com a Endeavor, organização global de apoio a empreendedores de alto impacto, foi outro marco estratégico na história da Estoca. A seleção envolveu interações com mentores e executivos experientes, proporcionando aprendizado e acesso a uma rede valiosa. “A afiliação com a Endeavor nos deu repertório, benchmark e ambição. É uma rede que nos desafia a pensar grande com os pés no chão”, complementa Almeida.
Agora, com presença consolidada no e-commerce D2C e avançando no B2B (atacado), a Estoca quer se tornar a espinha dorsal logística do varejo brasileiro — conectando software e operação física de forma sinérgica. O case mostra como uma abordagem focada, aliada a tecnologia e execução, pode transformar um gargalo histórico em vantagem estratégica.
A Endeavor é uma rede global presente em mais de 40 países e formada pelos empreendedores e empreendedoras que mais crescem no mundo. No Brasil desde 2000, acelera negócios com potencial escalável por meio do programa Scale-Up e promove conexões entre os maiores líderes do país e empreendedores em início de jornada. Também investe em startups em fases Seed e Series A, com o fundo Scale-Up Ventures.
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