Thiago Ávila, brasileiro preso com Greta Thunberg em Israel, foi colocado em prisão solitária

Thiago Ávila foi preso em águas israelenses ao tentar levar ajuda humanitária à Gaza - Foto: Freedom Flotilla Brasil/@freedomflotillabr)/Instagram

Thiago Ávila foi preso em águas israelenses ao tentar levar ajuda humanitária à Gaza – Foto: Freedom Flotilla Brasil/@freedomflotillabr)/Instagram

O ativista brasileiro Thiago Ávila foi colocado em confinamento solitário pela administração penitenciária israelense após iniciar uma greve de fome e sede pela sua libertação. O brasileiro foi detido por forças israelenses na  noite de domingo (8) enquanto tentava levar ajuda humanitária a Gaza no barco de Greta Thunberg.

Segundo os advogados da organização de direitos humanos Adalah, Thiago foi punido por protestar pacificamente contra sua detenção. A defesa afirma que o confinamento visa pressioná-lo psicologicamente e é uma forma de retaliação política. A medida foi aplicada na prisão de Ayalon, em Ramla, na região central de Israel, onde ele permanece isolado dos demais ativistas detidos.

A esposa de Thiago, Laura Souza, relatou que recebeu a notícia da transferência para a cela solitária poucas horas após ser informada sobre a decisão judicial de deportação. Ela também denunciou informações desencontradas sobre o processo.

“Há informações conflitantes. Eles estão dizendo que ele partirá no próximo voo e depois marcando uma audiência para julho. Então, estou muito nervosa e não sei bem o que está acontecendo”, lamentou Laura em suas redes sociais.

Na manhã desta quarta-feira (11), o Judiciário israelense informou que irá deportar o brasileiro em prazo que vence nesta quinta-feira (12). A informação foi confirmada pelo Itamaraty. No entanto, não foi definido qualquer horário para deportação.

Greta Thunberg, que liderou a expedição, foi deportada na terça-feira (10), quando pegou um voo de Tel Aviv com destino à França.

Thiago Ávila era o único brasileiro entre os 12 tripulantes do barco de Greta Thunberg - @thiagoavilabrasil/Instagram/ND

1
3

Thiago Ávila era o único brasileiro entre os 12 tripulantes do barco de Greta Thunberg – @thiagoavilabrasil/Instagram/ND

Embarcação

2
3

Embarcação “Madleen” foi cercada por drones israelenses antes de ser invadida – Reprodução/X/ND

Barco de Greta Thunberg partiu da Itália em 1º de junho para levar mantimentos a Gaza, apesar do bloqueio à entrada de ajuda humanitária por Israel - @RimaHas/X/ND

3
3

Barco de Greta Thunberg partiu da Itália em 1º de junho para levar mantimentos a Gaza, apesar do bloqueio à entrada de ajuda humanitária por Israel – @RimaHas/X/ND

Cela de Thiago Ávila está em condições precárias, denuncia organização humanitária

A página brasileira da Flotilha da Liberdade, entidade que organizou a missão humanitária à Faixa de Gaza, denunciou as condições da cela: escura, sem ventilação, sem acesso a ninguém e com ameaça de permanecer sete dias em total isolamento.

A entidade afirmou que o isolamento de Thiago é uma grave violação dos direitos humanos e parte de uma estratégia para desmobilizar a resistência dos ativistas, que foram presos durante ação humanitária em águas internacionais.

Outros ativistas também sofreram retaliações. A deputada do Parlamento Europeu Rima Hassan foi colocada em solitária após escrever “Palestina Livre” na cela, mas foi transferida de volta à prisão de Givon, também em Ramla. Thiago, no entanto, segue isolado.


“O show acabou”, declararam as autoridades israelenses ao deter o barco de Greta Thunberg e Thiago Ávila – Vídeo: @IsraelMFA/X/ND

Conselho de Direitos Humanos classifica prisão de Thiago Ávila como “crime de guerra”

O Conselho Nacional de Direitos Humanos do Brasil classificou o caso como crime de guerra e exigiu a suspensão das relações diplomáticas e comerciais com Israel. A interceptação do barco em águas internacionais violaria tratados internacionais.

A Embaixada de Israel no Brasil não comentou diretamente a punição de Thiago, limitando-se a informar que ele está sob custódia por se recusar a assinar a deportação voluntária, o que exige um processo legal adicional.

O Itamaraty condenou a prisão de Thiago e exigiu sua libertação imediata, apontando que a detenção em águas internacionais é uma transgressão ao direito internacional. Também cobrou garantias à saúde e bem-estar do brasileiro.

A coalizão internacional que organizou a missão afirma que Thiago não cometeu qualquer crime e que a embarcação levava apenas alimentos e remédios à população de Gaza, que enfrenta grave crise humanitária devido ao bloqueio imposto por Israel.

*Com informações da Agência Brasil

Adicionar aos favoritos o Link permanente.