Dengue: prefeito de Joinville reage à fala de secretária e cita medidas para abril preocupante

O sistema de saúde pública em Joinville enfrenta um momento delicado desde o aumento dos casos de dengue. Mais de 20 médicos já solicitaram exoneração, e os centros de saúde estão sobrecarregados, com uma demanda elevada por atendimentos e longas filas de espera.

Prefeito Adriano Silva revelou projeção de mais de 40 mil atendimentos de dengue neste mês  - NDTV

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Prefeito Adriano Silva revelou projeção de mais de 40 mil atendimentos de dengue neste mês – NDTV

Entrevista foi conduzida pela apresentadora Sabrina Aguiar  - NDTV

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Entrevista foi conduzida pela apresentadora Sabrina Aguiar – NDTV

Os leitos de UTI adulto também operam no limite, com um disponível na região Norte catarinense nesta sexta-feira (12). O cenário atual é de 19 mortes por dengue e cerca de 11 mil casos confirmados da doença na cidade.

Em entrevista exclusiva ao Balanço Geral nesta sexta-feira (12), o prefeito Adriano Silva anunciou novas medidas para ampliar o atendimento aos pacientes com dengue, abordou a fala polêmica de secretária municipal de Saúde, Tânia Eberhardt, e também revelou projeção preocupante para abril.

Conduzida pela apresentadora e jornalista Sabrina Aguiar, essa foi a primeira entrevista com transmissão em rede pela NDTV/Record e NDFM Joinville.

“Estamos vivendo mais uma situação de emergência na saúde. Recentemente, saímos da covid e agora estamos vivendo esse grande número da dengue. O mês de fevereiro tivemos 7 mil casos [atendidos], em março passamos para 17 mil e semana passada foram 10 mil em uma semana só. Isso significa que no mês de abril nós vamos ultrapassar os 40 mil casos”, lamentou o prefeito.

Dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram que nos primeiros oito dias deste mês, Joinville atendeu mais de 10 mil pacientes com suspeita de dengue. O montante reúne números dos 54 postos, das três unidades sentinelas, da central de hidratação, das unidades de pronto-atendimento e de hospitais.

“Estamos com uma projeção muito ruim para os próximos dias. Os números não estão caindo. Provavelmente, vamos passar de 40 mil casos de atendimento em abril. Quatro vezes mais que fevereiro. É um desafio”, comentou o prefeito.

Novas medidas são anunciadas em Joinville

Na entrevista, o prefeito também informou novas medidas para a saúde em Joinville. Entre elas, a ampliação de uma ala na UPA Sul (Unidade de Pronto-Atendimento). “Começamos a reforma hoje e provavelmente vai estar aberto para mais 25 cadeiras de medicação”, adiantou.

Enfermarias especializadas 

A partir de segunda-feira (15), a prefeitura anunciou que abrirá três enfermarias especializadas em dengue. As unidades darão suporte às unidades de pronto-atendimento e básicas de saúde para observação e hidratação de pacientes já diagnosticados com a doença em outra unidade de saúde.

“Isso vai desafogar os atendimentos nos PAs e UPAs e faz também com que essas pessoas estejam em uma enfermaria exclusiva para a dengue, em que o profissional está com um olhar exclusivo para esses pacientes”, explicou.

Segundo a prefeitura, as enfermarias funcionarão 24 horas por dia nas estruturas que abrigam as unidades do Glória, do João Costa e do Aventureiro III. O objetivo é reduzir o número de pacientes que ficam em observação ou hidratação, além de dar suporte aos atendimentos.

Transporte com UTI móvel 

O transporte, quando necessário, também será providenciado pela Secretaria da Saúde, através de uma unidade de suporte avançado, que atua como uma UTI móvel. O serviço será feito por meio de convênio com bombeiros voluntários.

A orientação para a população com suspeita de dengue continua sendo buscar atendimento no Posto de Saúde mais perto de sua residência. São mais de 50 unidades, em todas as regiões da cidade, com equipe qualificada e treinada.

“A maioria das pessoas que estão na UPA e tem tipo A da dengue. Elas nem foram para a unidade básica. A maioria poderia ir para unidade básica e de fato ir só quem já foi referendado”, orientou o prefeito.

Prefeito comentou fala polêmica de secretária

Questionado sobre a fala polêmica da secretária Tânia, o prefeito classificou como errada, mas disse que não anula o trabalho realizado pela pasta.

“Foi um exemplo errado. Claro que quem está esperando para ser atendido na saúde, qualquer minuto conta. Ela estava extremamente pressionada numa audiência pública, mas isso não reflete o trabalho da Tânia. Talvez ela é uma das maiores autoridades de saúde dentro da história do município de Joinville. Ela conhece a estrutura e está se dedicando 24 horas, de madrugada. Mas não vai ser uma fala que vai refletir em todo trabalho dela e time”, justificou.

A fala que repercutiu negativamente foi durante reunião na Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores na quarta-feira (10). Na ocasião, ela fez uma comparação polêmica sobre as filas em centros de saúde.

“Tem uma filinha lá de três horas, quatro horas? Tem. Mas para eu ir para praia no final de semana, para São Francisco, para Barra Velha, eu também levo 4h na BR-280”, declarou Tânia.

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