

Número de pacientes com síndrome respiratória tem aumentado em Santa Catarina – Foto: rawpixel.com/ND
Santa Catarina está em alerta para o elevado número de pacientes internados com síndrome respiratória. No Sul, o problema se agravou desde o último final de semana, elevando para mais de 90% a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) dos hospitais da região que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Na última semana, a taxa de ocupação das UTIs chegou a 100%, conforme explica o secretário de Saúde de Criciúma, Deivid de Freitas Floriano. “No domingo (25), a gente já observava algo em torno de 95%, ou seja, teve liberação de alguns leitos, mas o que vale considerar é que a gente já tá acima de 90% dos leitos ocupados na região e grande parte desses pacientes são relacionados à questão da síndrome respiratória”, alerta.
Síndrome respiratória: Influenza e Covid são responsáveis pela maioria dos casos
Em Criciúma, estima-se cerca de 300 casos ligados a doenças respiratórias. O número elevado de pacientes tem dois motivos principais: Covid-19 e Influenza H1N1. Até por isso, o secretário alerta para a necessidade de intensificar a vacinação e melhorar o índice de imunização contra a gripe, que atualmente é de 54%. A meta é de 90%.
“A gente já vem há um tempo alertando a população sobre a importância, principalmente da vacinação, tendo em vista a chegada do inverno. Nem chegamos ainda e já estamos observando um aumento significativo na questão de paciente com síndrome respiratória no serviço de saúde. A principal arma para a gente combater esta questão é a vacina”, sustenta Freitas.

Autoridades alertam para a necessidade de vacinação contra a gripe – Foto: Maurício Vieira/Secom
Entre os sintomas identificados, estão febre, dor de cabeça, dor no corpo e coriza. Aqueles que apresentam sintomas gripais precisam ficar atentos às recomendações de saúde, sobretudo se estiverem em ambientes fechados.
“Alguns sintomas se agravam para a necessidade, inclusive, de ter um leito de UTI, podendo chegar até a óbito, por exemplo. Também registramos a necessidade de alguns hábitos durante o dia, principalmente se o paciente está com sintoma respiratório. É a questão do uso de máscara, de evitar locais fechados, principalmente com aglomerações, evitar o compartilhamento de objetos, como talheres, copos e outros, e a frequente higienização das mãos também é importante”, explica.
Lotação das UTIs atrapalha o andamento de cirurgias eletivas
O cenário na região Sul ainda não demanda decreto de situação de emergência, porém, a Vigilância Epidemiológica monitora diariamente o número de casos e a taxa de ocupação dos leitos de UTI. Apesar disso, a lotação compromete o cronograma de cirurgias eletivas, gerando atraso e até a necessidade de transferência de pacientes para outras regiões do estado.

Ocupação de leitos de UTI afetam pacientes que aguardam por cirurgias eletivas – Foto: Prefeitura de Gaspar/Reprodução ND
“Afeta aquele paciente que está esperando uma cirurgia ortopédica, uma cirurgia cardíaca, enfim, que necessita ainda da questão de um leito de UTI. Muitas vezes essa cirurgia é cancelada em virtude da expressiva ocupação dos leitos, o que acarreta para mais filas. E alguns pacientes são direcionados para outra região que tenha disponibilidade”, afirma.
Ainda conforme o secretário, a região Sul do Estado soma cerca de 100 leitos de UTI para atendimento via SUS. Isto somando, por exemplo, leitos em hospitais como o HSJosé (Hospital São José), HSD (Hospital São Donato), HMISC (Hospital Materno Infantil Santa Catarina), HNSC (Hospital Nossa Senhora da Conceição) e HRA (Hospital Regional de Araranguá), entre outros, somando as regiões da Amrec (Associação dos Municípios da Região Carbonífera), Amesc (Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense) e Amurel (Associação Municípios Região de Laguna).