Representantes do sindicato e da comissão de negociação e os da Prefeitura voltam a se reunir nesta quinta-feira. É a segunda rodada de negociação desta campanha salarial que já tem a reposição integral da inflação, de 5,32%, no salário e no Vale Alimentação garantidos. Além disso, há uma perspectiva de um aumento real no vale em até dezembro.
As pautas pendentes são de campanhas salariais anteriores, que seguem em aberto. E uma delas, caso a administração Egidio Ferrari (PL) faça alguma sinalização na reunião de quinta, pode acabar ou pelo menos diminuir a zona de atrito com os servidores públicos municipais, que seguem com a jornada de mobilizações prevista.
A principal é fazer com que todos os servidores do magistério e agentes comunitários recebam a partir do piso nacional destas duas categorias e não como piso vencimental, como é hoje, por meio de uma lei criada em 2022. Em Blumenau, nenhuma destas categorias recebe menos que o piso nacional, mas isso se dá através de complementos salariais, sem reflexo em toda a carreira.
No Magistério, por exemplo, o piso nacional é de R$ 4.867,77, mas a primeira faixa salarial é de R$ 4.427,23, ou seja, cerca de R$ 400 menor que o piso, uma defasagem de 9,95%. O correto seria que o valor da primeira faixa da tabela salarial de Blumenau fosse de R$ 4.867,77, ou seja, o valor do piso nacional. Hoje, quem inicia a carreira ou já trabalha há 12 anos recebe a mesma coisa, o que desvaloriza o tempo de serviço.
O que o sindicato e os representantes da mesa de negociação sabem da dificuldade de se atender a este índice de 9,95% de uma tocada, mas querem ouvir uma sinalização da administração municipal concordando com as perdas e indicando de que forma pode pagar. Eles falaram isso ao prefeito, quando ele fez uma breve aparição na reunião desta segunda-feira.
Há uma distorção nisso, sem dúvida. Foi criado o “jeitinho administrativo” para reconhecer o piso, mas sem repercutir nos reajustes de salário ao longo da carreira.
Será que a administração municipal vai se sensibilizar?
