Hoje ouvi de uma protetora de animais: quando vamos ter o hospital veterinário público tão prometido? A pergunta foi em forma de desabafo. Ela, que sempre resgatou cachorros no Sul da Ilha, havia decidido não recolher mais bichos porque nem sempre há dinheiro disponível para quem tem poucos recursos. E, o Poder Público pouco auxilia, mesmo que as protetoras estejam fazendo o trabalho que deveria ser feito pelas entidades municipais e estaduais oficiais que têm verba destinada aos animais. Claro que não esqueci que o Governo do Estado acabou de se comprometer com as castrações de municípios de até 100 mil habitantes, que é uma grande novidade e excelente notícia.
Mas nada disso resolve a situação desta protetora. Esta semana, ela viu uns garotos rindo e batendo no capô do carro de um deles. Ela logo imaginou que tinha relação com animal, deu uma pequena bronca e foi ver o que acontecia. Saiu de dentro do capô um gato adulto que tentou subir em um muro, mas não conseguiu. Ela, depois de muito trabalho, pegou o gato, mas não sem antes levar uma mordida na mão. Então ela descobriu porque, naquele horário, durante o dia, o gato estava dentro de um automóvel. Ele estava com uma imensa miíase, que é quando moscas depositam ovos em um machucado e as larvas começam a se alimentar dos tecidos do animal. Parte da carinha do gato estava comprometida. E o que uma pessoa, acostumada a cuidar de animais, faz? Leva ao veterinário, mesmo sabendo que irá precisar arcar com os custos, e lembrando que já havia desistido de resgatá-los por falta de condições financeiras. A diária da clínica, que não é exageradamente cara, é 280 reais, e a expectativa é que o animal fique por lá cerca de um mês. A excelente notícia é que ele, conforme a veterinária, ficará bem, embora ainda esteja muito assustado. As larvas já foram retiradas e todos os dias, o gato passa por uma limpeza com aplicação de medicamento para que a cicatrização ocorra de forma perfeita. A conta? Será paga por ela, que está se mobilizando para fazer uma rifa para pagar os valores mais rapidamente.

E, exatamente por isso ela perguntou: E o hospital público veterinário? A assessoria de imprensa que responde pela Dibea (Diretoria de Bem-Estar Animal) de Florianópolis, foi consultada sobre o assunto, mas até agora não houve qualquer manifestação.