Uma pesquisa feita pelo Boston Consulting Group (BSG) apontou que 83% das empresas veem a inovação como uma de suas três maiores prioridades. No entanto, apenas 3% das organizações se dizem prontas para colocá-la em prática, segundo o estudo que ouviu mais de mil executivos de diferentes países.
Além disso, apenas 48% acreditam que sua empresa faz algum esforço para vincular as estratégias de negócios e de inovação. A pesquisa apontou ainda que a maioria dos negócios está nos estágios iniciais de uso de inteligência artificial (IA) generativa – ramo da tecnologia focado na criação de novos conteúdos.
Para Gillian Borges, presidente da Associação dos Conselheiros TrendsInnovation, as empresas precisam ter em mente que inovar não é mais uma escolha, mas um imperativo. Inovação, porém, não se resume à adoção de novas tecnologias ou ao desenvolvimento de produtos disruptivos, afirma a especialista.
Ela defende que a inovação esteja presente na estratégia, nos modelos de negócios e na cultura organizacional. Nesse contexto, a implementação de um conselho consultivo desempenha um papel importante, acrescenta Borges.
“Criar um conselho consultivo, por exemplo, é uma maneira de inovar na gestão. Companhias de capital aberto têm obrigação legal de constituírem um conselho de administração. Mas um conselho faz sentido também em empresas de capital fechado, familiares, de pequeno ou médio porte e até em startups e scaleups”, argumenta.
Dessa forma, a presidente da Associação dos Conselheiros TrendsInnovation diz que a inovação traz a capacidade de ampliar perspectivas estratégicas e preparar empresas para cenários futuros.
Papel do conselho consultivo
Mas qual o papel do conselho consultivo? Segundo Borges, ele cumpre uma série de funções. “Entre elas, estimular um mindset inovador dentro da organização, questionando práticas obsoletas e sugerindo novas abordagens e incentivar a criação de um ambiente psicológico seguro, no qual ideias podem ser testadas e o erro seja visto como parte do aprendizado”, diz.
“O conselho consultivo apoia também a construção de uma cultura de experimentação, em que se investe na transformação digital e na adaptação às tendências emergentes, e acompanhar o impacto das inovações na competitividade do negócio, garantindo que elas sejam sustentáveis e alinhadas à estratégia de longo prazo”, complementa.
A mesma visão é compartilhada por Márcio Teschima, membro do Conselho Consultivo e presidente da Associação dos Conselheiros TrendsInnovation na gestão 2023. “Muitas empresas sofreram e ainda sofrem com os efeitos da pandemia, e sabemos como é difícil tomar decisões sozinho ou de forma isolada”, diz ele.
Como salienta Borges, o conselho pode ajudar a evitar o que foi constatado na pesquisa do BSG: negócios que reconhecem a importância da inovação, mas não conseguem implementá-la.
“A prática da chamada ambidestria organizacional – ou seja, equilibrar eficiência operacional no presente com inovação para o futuro – deve ser promovida pelo conselho como uma diretriz essencial”, reforça a especialista.
Borges afirma que cabe aos conselheiros desafiarem o status quo: fazer perguntas difíceis, provocar discussões estratégicas e questionar modelos de negócio que já não acompanham a dinâmica do mercado.
Eles devem também criar pontes para o futuro, conectando a empresa a tendências globais, novas tecnologias e insights de diferentes setores, garantindo que a inovação esteja integrada à governança corporativa, diz a especialista.
Segundo ela, na hora de constituir um conselho consultivo, os negócios não podem se esquecer da diversidade. “Conselhos compostos por profissionais com formações e experiências variadas aumentam a capacidade da organização de antecipar riscos e oportunidades. Empresas com conselhos diversos tomam decisões mais bem fundamentadas e possuem melhores resultados financeiros e ambientais”, ressalta.
Mais do que diversidade demográfica, Borges diz ser fundamental que haja combinação de olhares voltados para finanças, tecnologia, ESG (boas práticas ambientais, sociais e de governança), comportamento do consumidor e inovação.
“Acredito que o futuro dos negócios será determinado pela capacidade das organizações de se reinventarem continuamente. E para isso, o papel do conselho consultivo será cada vez mais relevante”, ressalta.
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