Uma audiência pública sem público sobre a falta de água em Blumenau

Sem medo de errar, o abastecimento de água foi o serviço público que mais gerou reclamações em Blumenau nos últimos seis meses. Vários bairros ficaram sem água por dias, por diversas situações.

Dito isso, me causa estranheza o baixo quórum da audiência pública da Câmara de Vereadores nesta quarta-feira a noite, para debater o tema, proposta pelo vereador Carlos Wagner, o Alemão (PSD). Os principais interessados não apareceram, que mostra uma desarticulação do proponente na mobilização e do Legislativo como um todo.

O presidente da Casa, Almir Vieira (PP), que participou apenas da abertura, lamentou o baixo quórum, afirmando que representantes de vários segmentos foram convidados. Mas sabe-se que precisa mais que convites, precisa mobilização. O que não aconteceu.

Na plateia, umas vinte pessoas, na sua maioria assessores, vereadoras mirins e pelo menos um pré-candidato a vereador, que aliás veio trajado, com uma camisa com seu nome e a cor do seu partido.

Entre os vereadores, a maioria oposicionista. Além do Alemão, Professor Gilson (União), Emmanuel dos Santos e Diego Nasato, ambos do Novo e Adriano Pereira (PT), além de Aílton de Souza, o Ito (PL).

Entre os representantes da sociedade “organizada”, apenas um representante da OAB.

Pelo Poder Público, o presidente do Samae, André Espezim, que repetiu o que o que falou no dia 29 de fevereiro, quando esteve no Parlamento atendendo a um convite do vereador Ito sobre o mesmo assunto.

Então ficou assim. Os vereadores repetindo as críticas, os assessores e pré-candidatos usando o espaço que deveria ser da comunidade e o presidente do Samae repetindo as explicações.

E a audiência pública, que é um baita instrumento quando bem usada, diminuída.

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