No dia 1º de junho, Florianópolis será palco do Itaú BBA IRONMAN Brasil. A prova terá uma história inédita e profundamente simbólica: O catarinense Thiago Regis será o primeiro atleta transplantado a disputar o IRONMAN Brasil.
A competição é considerada uma das mais desafiadoras do mundo, com 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida.
“Esse sonho é antigo. Desde 2018, eu queria participar do Itaú BBA IRONMAN Brasil. Cheguei a me preparar para 2020, mas aí veio a pandemia e, depois disso, minha saúde já não permitia. Fiz o transplante de rim e, um 1 e 10 meses depois, estou aqui, pronto para realizar o que parecia impossível”, conta.
Mas, mais do que uma prova de força física, o que move ele é a causa da doação de órgãos.
“Eu só estou vivo, e bem, e fazendo essa prova porque alguém que eu nunca conheci decidiu ser doador. Isso me dá uma responsabilidade enorme de dar visibilidade a essa causa. Cada vez que cruzo uma linha de chegada, é por mim e por todos que continuam esperando por um transplante. Quero dar esperança a essas pessoas e incentivar as famílias a falarem sobre isso”.
Ele descobriu a doença renal em 2014, após exames de rotina que identificaram alterações nos níveis de creatinina. Veio o diagnóstico, o prognóstico de transplante e, com ele, um novo estilo de vida.
“Foi depois do diagnóstico que virei atleta. Fiz três maratonas, comecei a treinar com uma equipe focada em triatlo e me apaixonei pelo esporte”.
O retorno aos treinos após o transplante foi gradual, mas sempre com o olhar voltado para o IRONMAN.
“É um grande desafio. É sobre resistência, paciência e propósito. O que me dá forças é saber que essa história pode inspirar outras. Se uma pessoa conversar com a família e decidir ser doadora por minha causa, já valeu tudo”.
A mobilização ao redor dele também emociona. Amigos, colegas de equipe e outros atletas estarão ao seu lado na capital catarinense, muitos deles vestindo a camiseta de doação de órgãos. “
É bonito ver o quanto essa corrente está crescendo. Cada um de nós pode ajudar a conscientizar mais pessoas. Esse movimento é coletivo”.
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