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O Conselho Alemão de Especialistas em Economia reduziu sua previsão para a maior economia da Europa nesta quarta-feira (21), esperando agora que ela fique estagnada este ano durante uma “fase pronunciada de fraqueza”.
O órgão acadêmico que assessora o governo alemão em relação à política econômica havia previsto que a economia cresceria 0,4% este ano em estimativas anteriores publicadas em novembro.
A Alemanha foi o único membro das economias avançadas do G7 que não conseguiu crescer nos últimos dois anos, sobrecarregada por restrições fiscais e uma desaceleração industrial.
As tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devem causar um grande golpe em sua economia, que é voltada para a exportação.
“A economia alemã será significativamente influenciada por dois fatores em um futuro próximo: a política tarifária dos EUA e o pacote fiscal”, disse Monika Schnitzer, presidente do conselho, em comunicado sobre a previsão.
Os EUA foram o maior parceiro comercial da Alemanha em 2024, com o comércio bilateral de mercadorias totalizando 253 bilhões de euros.
“Mesmo que de fato as tarifas sejam reduzidas, que Trump tenha sucesso com sua ‘economia de acordos’ e que os países simplesmente comercializem e as tarifas não sejam tão altas, ele conseguiu introduzir uma enorme incerteza no sistema”, disse Ulrike Malmendier, membro do conselho, em uma coletiva de imprensa em Berlim.
Impulso de crescimento adiado na economia da Alemanha
O lado positivo é que a Alemanha aprovou em março um plano fiscal que inclui um fundo especial de 500 bilhões de euros para investimentos em infraestrutura e que, em grande parte, retira os investimentos em defesa das regras que limitam os empréstimos. O pacote fiscal oferece oportunidades para retornar à trajetória do crescimento, dizem os economistas.
“Os efeitos do pacote financeiro não serão percebidos imediatamente e é por isso que esse impulso de crescimento só ocorrerá no próximo ano – leva tempo”, disse Schnitzer aos repórteres.
A partir de 2026, os novos fundos devem estimular o investimento em construção e equipamentos, bem como os gastos do governo, disse o conselho, prevendo um crescimento de 1,0% no próximo ano.
Schnitzer enfatizou a necessidade de aprovação e implementação rápidas para facilitar gastos rápidos. “Para isso, precisamos primeiro de um orçamento que esclareça quem gastará o dinheiro, quando e como”, disse ela.
O novo ministro das Finanças da Alemanha iniciou preparativos intensivos para os orçamentos de 2025 e 2026.
O relatório do conselho disse que o consumo privado também deverá crescer um pouco mais em 2026 em comparação com 2025, já que a renda disponível aumentará mais significativamente em termos reais.
No entanto, a taxa de poupança sofrerá apenas um pequeno declínio e, devido à incerteza, o conselho disse que ainda é questionável se o consumo impulsionará significativamente a economia.
O conselho previu uma inflação de 2,1% este ano e de 2,0% no próximo ano, indo “na direção certa”, embora tenha dito que não está claro se os atuais conflitos comerciais irão aumentar ou diminuir a inflação.
“Além disso, a política fiscal expansiva da Alemanha poderia aumentar as expectativas de inflação e, assim, favorecer uma política monetária mais apertada por parte do Banco Central Europeu”, disse Veronika Grimm, outro membro do conselho.
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