Em entrevista à mídia vaticana, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização fala sobre novo Pontífice, com quem se reuniu nesta sexta-feira, 16
Da Redação, com Vatican News
Papa Leão XIV, à época bispo de Chiclayo, recebe abençoa fiel durante celebração em fevereiro de 2020 / Foto: Diocese de Chiclayo via Facebook
Nesta sexta-feira, 16, o Papa Leão XIV se reuniu em audiência com o pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, Cardeal Luis Antonio Tagle. Em entrevista à mídia vaticana, o cardeal filipino falou sobre o novo Pontífice e o Conclave, finalizado na quinta-feira, 8.
Segundo Tagle, Leão XIV tem uma capacidade de escuta profunda e paciente. “Antes de tomar uma decisão”, detalhou o cardeal, “ele se dedica a um estudo e reflexão cuidadosos. Expressa seus sentimentos e preferências sem querer se impor. É intelectual e culturalmente preparado sem ostentar isso. Nas relações, traz um calor sereno, refinado pela oração e pela experiência missionária”.
Conclave
Recordando o Conclave, o pró-prefeito (que participou das eleições de Francisco em 2013 e de Leão XIV na última semana) frisou a diferença de contexto e atmosfera em cada ocasião. Contudo, estas experiências ensinaram que a comunhão dos corações e das mentes é possível desde que haja real adoração ao verdadeiro Deus.
“O Conclave é um evento litúrgico, um tempo e um espaço de oração, de escuta da Palavra de Deus, dos impulsos do Espírito Santo, dos gemidos da Igreja, da humanidade e da criação, de purificação pessoal e comunitária das motivações e de culto e adoração a Deus, cuja vontade deve reinar suprema”, expressou.
Tagle recorda que, ao ser eleito, o então Cardeal Prevost teve como reação uma mistura de sorrisos e respirações profundas. “Foi uma reação de santa aceitação e sagrado medo ao mesmo tempo”, observou, acrescentando que, “no mesmo momento em que ele obteve o número necessário de votos, houve um aplauso estrondoso, semelhante ao da eleição de Papa Francisco”.
Experiência missionária
Questionado sobre a pertença dos últimos dois Pontífices a ordens religiosas – Francisco era jesuíta enquanto Leão XIV é agostiniano –, o cardeal sublinhou que ambos os carismas surgem da base comum da graça e da misericórdia de Deus, que libera o coração para amar, servir e sair em missão. “Mantendo seu espírito agostiniano, o Papa Leão fará eco ao espírito inaciano do Papa Francisco. Penso que toda a Igreja e também toda a humanidade se beneficiarão dos seus dons”, afirmou.
O pró-prefeito também destacou a experiência missionária do Santo Padre. Para ele, formação humana, cultural, religiosa e missionária possam dar a seu ministério uma face única. “A experiência multicontinental e multicultural do Papa Leão certamente o ajudará em seu ministério e beneficiará a Igreja”, pontuou.
Por fim, Tagle fez menção ao Papa Francisco e o legado deixado por ele, enfatizando os testemunhos oferecidos por tantas pessoas ao redor do mundo. “De minha parte”, manifesta o cardeal, “gostaria de enfatizar o dom da humanidade, de ser humano para os outros, que caracterizou o pontificado do Papa Francisco. […] Por meio da sua humanidade simples e até mesmo frágil, ele deu uma imensa contribuição para essa busca, não para sua própria glória, mas para a maior glória de Deus, que em Jesus se tornou totalmente humano”.
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