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A Influenza Aviária, também conhecida como gripe aviária, é uma doença infecciosa causada por subtipos do vírus influenza A, que afeta principalmente aves, mas pode, em casos muito raros, infectar mamíferos, incluindo humanos. A gripe aviária impacta negativamente o comércio internacional de produtos avícolas, levando a restrições e proibições de importação por parte de diversos países.
O vírus da gripe aviária tem causado prejuízos expressivos à economia global, com a morte ou abate sanitário de centenas de milhões de aves ao longo das últimas duas décadas. Os surtos elevam os preços de ovos e carnes de aves, pressionando consumidores e a indústria alimentícia.
Organizações internacionais, como a Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH), têm insistido na importância de medidas de biossegurança, vigilância e resposta rápida para conter surtos. Investimentos em pesquisa e desenvolvimento de vacinas também são cruciais para mitigar os impactos futuros da doença.
Nesta quinta-feira (15), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em matrizeiro de aves comerciais no município de Montenegro, Rio Grande do Sul. Este é o primeiro foco de IAAP detectado em sistema de avicultura comercial no Brasil. O Mapa alerta que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos, e que o risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo .
Entenda o que é a Influenza Aviária
A Influenza Aviária é causada por subtipos do vírus influenza A, como H5N1, H5N8, H7N9 e H9N2, que circulam predominantemente entre aves selvagens e domésticas. A transmissão para humanos é rara e geralmente ocorre por contato direto com aves infectadas ou ambientes contaminados .
O que são os subtipos e classificação
Os vírus influenza A são classificados com base em duas proteínas de superfície: hemaglutinina (H) e neuraminidase (N). Existem 18 subtipos de hemaglutinina e 11 de neuraminidase, resultando em diversas combinações, como H5N1 e H7N9. Essas combinações determinam a especificidade do vírus e sua capacidade de infectar diferentes espécies .
Como ocorre a transmissão e quais os sintomas
Entre aves: A transmissão ocorre principalmente por contato com secreções respiratórias, fezes ou materiais contaminados por aves infectadas. Ambientes de criação com alta densidade populacional favorecem a disseminação rápida da doença.
Em humanos: Casos em humanos são raros e geralmente estão ligados ao contato direto com aves infectadas (vivas ou mortas) ou com ambientes contaminados. A transmissão de pessoa para pessoa é extremamente incomum.
Sintomas em aves: Dificuldade respiratória, secreção nasal e ocular, espirros, falta de coordenação motora, torcicolo, diarreia e alta mortalidade.
Sintomas em humanos: Febre alta, tosse seca, dor de garganta, dores musculares, dificuldade respiratória e em casos graves, pode evoluir para pneumonia e insuficiência respiratória. Mas a maioria dos casos registrados no mundo apresentou sintomas leves, como conjuntivite.
Como se faz a prevenção e o controle
A principal medida de controle é a vigilância sanitária e o abate sanitário de aves infectadas para evitar a disseminação do vírus. Além disso, é fundamental evitar contato direto com aves doentes ou mortas, utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) ao manusear aves cozinhar adequadamente carnes e ovos de aves, pois o vírus é inativado por altas temperaturas.
Qual a situação atual
Desde 2021, surtos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade têm sido registrados em diversos países das Américas, incluindo Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos e, mais recentemente, o Brasil. O primeiro caso em aves silvestres foi confirmado no Brasil em maio de 2023 e o primeiro em granja comercial nesta quinta-feira (15).
O que foram até agora as perdas globais
Desde 2003, mais de 400 milhões de aves foram abatidas por surtos de influenza aviária, com prejuízos que ultrapassam US$ 20 bilhões em todo o mundo
Em 2024, os Estados Unidos enfrentaram um novo surto de H5N1, que levou ao abate de mais de 31 milhões de aves, com custos superiores a US$ 1,4 bilhão, segundo o Center for Strategic and International Studies (CSIS). O primeiro surto foi em 2021. No início deste ano, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) anunciou um investimento de US$ 1 bilhão para combater a gripe aviária e estabilizar os preços dos ovos .
Na Ásia, estima-se que os impactos econômicos da gripe aviária tenham ultrapassado US$ 10 bilhões, com graves consequências para pequenos produtores.
No Brasil, um eventual avanço da gripe aviária para granjas comerciais e em grande escala no Brasil poderia gerar um impacto anual de R$ 21,7 bilhões para a economia do país, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas. O estudo é de 2023 e foi encomendado pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical).
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