Papa Leão XIV segue doutrina da Ordem de Santo Agostinho – Foto: Vatican News/Reprodução/ND
Como membro da Ordem de Santo Agostinho, o Papa Leão XIV deve conduzir um papado marcado pelo envolvimento com a educação, a assistência social e a busca pela unidade. Esses são alguns dos princípios fundamentais da espiritualidade agostiniana, tradição religiosa à qual o novo pontífice pertence.
Robert Francis Prevost ingressou na Ordem de Santo Agostinho em 1977, na Província de Nossa Senhora do Bom Conselho, em Saint Louis, Missouri, Estados Unidos. Em missão definida pela congregação, tornou-se doutor em 1987 com a tese “O papel do prior local na Ordem de Santo Agostinho”.
A Ordem foi formalmente instituída em 1244 pelo Papa Inocêncio IV, por meio da bula Incumbit nobis, que determinou a unificação de diversas comunidades eremitas da Toscana, na Itália, sob a Regra de Santo Agostinho.
Entre os principais ensinamentos agostinianos, destaca-se a vida em comunidade como caminho essencial para viver o Evangelho, uma convivência marcada pelo compartilhamento de bens, da fé, do estudo e da oração.
Papa Leão XIV é o primeiro norte-americano a alcançar cargo – Foto: Vatican News/ND
Outros pilares da espiritualidade agostiniana incluem a valorização do amor como guia das ações, sintetizada na célebre frase “Ama e faz o que quiseres”, a união entre fé e razão, e a busca de Deus a partir do interior de cada ser humano, por meio da oração e da meditação.
Santo Agostinho uniu filosofia, fé e ação comunitária
Aurélio Agostinho, canonizado como Santo Agostinho, nasceu em 13 de novembro de 354, na cidade de Tagaste, atual território da Argélia. Aos 17 anos, foi estudar em Cartago e retornou à sua cidade natal aos 20, quando passou a dar aulas como professor.
Influenciado por sua mãe, Mônica, iniciou sua jornada religiosa. Aos 33 anos, foi batizado e passou a se dedicar integralmente à fé cristã. Quatro anos depois, foi ordenado sacerdote em Hipona, atual Annaba, pelo bispo Valério, onde fundou um mosteiro e criou uma comunidade religiosa.
Santo Agostinho foi santificado em 1298 pelo Papa Bonifácio VIII – Foto: Reprodução/Saint Augustine/Philippe de Champaigne
Agostinho morreu em 28 de agosto de 430, aos 75 anos, de causas naturais. Registros históricos indicam que, nos seus últimos dias, curou um doente, um dos poucos milagres atribuídos a ele, e permaneceu em oração e penitência, com salmos fixados nas paredes.
Antes de morrer, determinou que a biblioteca da igreja de Hipona e seus escritos fossem preservados. No mesmo ano, uma invasão germânica destruiu a cidade, mas a catedral e a biblioteca foram poupadas.
Sua canonização se deu por aclamação popular, sendo reconhecida oficialmente pela Igreja em 1298, pelo Papa Bonifácio VIII. Santo Agostinho é padroeiro dos teólogos, impressores, do clero religioso, dos cervejeiros e de diversas cidades e dioceses ao redor do mundo.
