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O bitcoin ultrapassou os US$ 100 mil (R$ 567 mil) nesta quinta-feira pela primeira vez desde o início de fevereiro, impulsionado por um amplo acordo entre os Estados Unidos e o Reino Unido — um sinal de que, talvez, a guerra comercial do presidente americano Donald Trump com o restante do mundo esteja perdendo força.
No início da tarde, o bitcoin era negociado a US$ 101,3 mil (R$ 577,6 mil), com alta de 4,7% no dia. A maior criptomoeda do mundo voltou a registrar valorização no acumulado do ano, embora ainda esteja abaixo do recorde de mais de US$ 109 mil (R$ 621,3 mil) alcançado em janeiro.
O ether, criptomoeda da blockchain Ethereum, disparou mais de 14%, chegando a US$ 2.050,46 (R$ 11.688,62), após atingir anteriormente seu maior valor desde o fim de março.
Acordo com o Reino Unido
Trump e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer anunciaram nesta quinta-feira um “acordo histórico” sobre comércio que mantém a tarifa de 10% sobre produtos britânicos importados pelos EUA, enquanto o Reino Unido concordou em reduzir suas tarifas de 5,1% para 1,8% e oferecer maior acesso a bens norte-americanos.
Esse é o primeiro acordo desde que Trump reacendeu uma guerra comercial global ao impor uma série de tarifas a parceiros comerciais após seu retorno à Casa Branca em janeiro.
“A retomada dos US$ 100 mil (R$ 570 mil) deve ser considerada uma das façanhas mais impressionantes do bitcoin, e é um lembrete de que comprar no auge do medo — no mês passado, o bitcoin estava estagnado em torno de US$ 74 mil (R$ 421,8 mil) — pode ser extremamente lucrativo”, disse Antoni Trenchev, cofundador da plataforma de negociação de ativos digitais Nexo.
“A velocidade do retorno aos US$ 100 mil (R$ 570 mil), em meio a uma retomada do apetite por risco, indica que os US$ 109.000 (R$ 621.300) ou mais já estão no radar, já que as compras feitas por investidores de longo prazo — aqueles que mantêm seus ativos por pelo menos 155 dias — mais do que compensam as vendas realizadas por detentores de curto prazo.”
Guerra comercial
Os preços do bitcoin e de outras criptomoedas caíram fortemente entre fevereiro e abril, à medida que os investidores se preocupavam com a possibilidade de Trump implementar reformas pró-cripto de forma mais lenta do que o esperado.
O anúncio do presidente sobre tarifas generalizadas no início de abril provocou uma corrida por ativos considerados mais seguros, fazendo com que os preços do bitcoin e de outras criptomoedas caíssem junto com ações e outros investimentos de maior risco.
Outras criptomoedas ainda não se recuperaram com a mesma força — o ether, por exemplo, ainda está 50% abaixo de suas máximas registradas no final de 2024.
Joel Kruger, estrategista de mercado da empresa de tecnologia financeira LMAX Group, afirmou que os aportes de investidores institucionais em fundos de índice (ETFs) de bitcoin, a redução das tensões geopolíticas e as medidas da China para estimular a economia ajudaram a impulsionar a valorização da criptomoeda.
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