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Cautela foi a palavra-chave desta terça-feira (6) para o mercado. Na véspera da Super Quarta, dia em que o Federal Reserve (FED) e o Banco Central (BC) anunciarão seus respectivos ajustes para as taxas de juros, parte dos investidores buscou proteção na moeda americana, enquanto a impaciência prevaleceu quanto à ausência de detalhes sobre potenciais acordos comerciais dos Estados Unidos, o que fez o dólar oscilar ao longo do dia.
“Os EUA ainda não definiram claramente as tarifas, então temos um ajuste, com o mercado saindo do risco”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. No final do pregão, a divisa americana à vista fechou em alta de 0,37%, aos R$ 5,7116. Enquanto o Ibovespa oscilou, mas conseguiu encerrar no território positivo, avançando 0,02% e somando 133.515,82 pontos.
Possíveis cenários
A tendência para quarta-feira (8), segundo a precificação dos mercados desta terça, é que o FED a mantenha sua taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,50%, enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC caminha para subir a Selic em 50 pontos-base. Nos dois casos, investidores estarão atentos principalmente às indicações para as próximas reuniões de política monetária.
Em meio a isso, o dólar foi desacelerando seus os ganhos. O movimento coincidiu com a perda de força dos rendimentos dos Treasuries no exterior e com o avanço firme do petróleo — produto importante da pauta exportadora brasileira. “Se não fosse o petróleo ajudando o real, o dólar teria subido ainda mais”, comentou Rugik.
No exterior, porém, a moeda americana cedeu no fim da tarde ante boa parte das demais divisas. A eleição do líder conservador Friedrich Merz como chanceler pelo Parlamento da Alemanha fez o euro avançar ante o dólar, que também perdeu valor ante o iene e a libra.
Destaques
– GPA ON desabou 20,21%, em meio ao balanço do primeiro trimestre, com melhora no resultado operacional, mas novo prejuízo líquido e fluxo de caixa negativo. A dívida líquida/Ebitda ficou em 2,8 vezes. A companhia também elegeu na véspera novos conselheiros nomeados pelo empresário Nelson Tanure e pelo investidor Rafael Ferri, e divulgou que este último reduziu sua participação na varejista de alimentos.
– TIM BRASIL ON valorizou-se 6,77%, após divulgar lucro líquido ajustado de R$ 810 milhões no primeiro trimestre, salto de 56% sobre o resultado de um ano antes, com altas na receita e no desempenho operacional. A receita líquida cresceu cerca de 5%, para R$ 6,4 bilhões. O conselho de administração do grupo de telecomunicações também aprovou R$ 300 milhões em juros sobre capital próprio aos acionistas.
– PETROBRAS PN avançou 1,65%, encontrando suporte na alta do petróleo no exterior para recuperar parte das perdas da segunda-feira (5), quando fechou com declínio de 3,73%, em uma mínima desde março do ano passado. Na segunda, a Petrobras anunciou novo corte no preço médio de venda de diesel para as distribuidoras, o terceiro desde abril, em 4,7%, para R$ 3,27 por litro, menor patamar nominal desde agosto de 2023. No exterior, o barril de Brent encerrou com acréscimo 3,19%.
– BRAVA ENERGIA ON fechou em alta de 6,74%, em dia positivo para o setor como um todo com a alta do petróleo no exterior, tendo ainda no radar dados preliminares da produção de abril. A companhia atingiu recorde de produção com uma média de 81,8 kboe/d (quilobarril de petróleo equivalente) no período. “Este resultado reflete a evolução da operação offshore, com a melhor produção mensal desde dezembro de 2023 em Papa-Terra e os resultados preliminares dos poços 4H & 5H, a partir de 13 de abril, em Atlanta”, afirmou a empresa.
– BB SEGURIDADE ON caiu 7,44%, após lucro líquido ajustado de R$ 1,99 bilhão no primeiro trimestre, expansão de 8,3% ano a ano, mas abaixo de previsões de analistas. Os prêmios emitidos pela Brasilseg recuaram 5,9%, ficando bem longe da expectativa de crescimento de 2% a 7% em 2025. O desempenho de reservas de previdência da Brasilprev (+8,7%) também ficou aquém das estimativas para o ano, de expansão de 12% a 16%.
– VALE ON terminou com acréscimo de 0,08%, tendo como pano de fundo o fechamento estável dos contratos futuros do minério de ferro na bolsa de Dalian, na China, com os investidores avaliando as esperanças de alívio das tensões comerciais entre Pequim e Washington de um lado e a divulgação de dados econômicos desfavoráveis da China de outro.
– BRADESCO PN recuou 0,45%, tendo no horizonte o balanço do primeiro trimestre, que será conhecido na quarta-feira, após o fechamento do mercado. ITAÚ UNIBANCO PN, que reporta seu resultado na quinta-feira (8), também no final o dia, cedeu 0,52%. BANCO DO BRASIL ON terminou negociado com decréscimo de 0,76%, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT caiu 0,87%.
– EMBRAER ON subiu 0,8%, apesar do prejuízo líquido ajustado de R$428,5 milhões no primeiro trimestre, acima do resultado negativo de R$ 63,5 milhões, sofrido no mesmo período do ano anterior. O Ebitda somou R$ 620,6 milhões entre janeiro e o final de março, acima dos R$ 233,6 milhões de um ano atrás, enquanto a margem no período passou de 5,3% para 9,7%. A companhia reiterou suas previsões de entregas de aviões em 2025.
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