Santa Paulina e os 150 anos da grande imigração italiana

Em um mês, no dia 4 de junho, se completam os 150 anos do início da grande imigração de língua italiana em Santa Catarina. Uma história que começou por Brusque! Dentre as cidades desmembradas de Brusque, em 1892 teve origem Nova Trento, que foi assim denominada por seus habitantes e os das linhas adjacentes, na maior parte, serem imigrantes de Trento, Tirol Meridional. Italianos de Monza, da Lombardia e do Vêneto também se estabeleceram em Nova Trento. Russos, poloneses e alemães chegaram em menor quantidade. Seu nome é uma homenagem à principal cidade do Tirol Meridional.

A sua história tem início entre os anos de 1834 a 1838, quando a região do Vale do Rio Tijucas foi ocupada por alguns ingleses que vieram dos Estados Unidos da América com a intenção de explorar a madeira abundante existente do local, principalmente o cedro-rosa e a canela-preta. Em função das dificuldades encontradas o negócio foi abandonado e, mais tarde, as propriedades foram vendidas ao Governo Provincial e utilizadas na formação de Nova Trento, ainda integrando o território de Brusque. Até 1876, a região onde hoje se levanta Nova Trento chamava-se Alferes. A cidade se formou como uma comunidade agrícola profundamente católica.

Os primeiros imigrantes italianos e austríaco-tiroleses de língua italiana que chegaram a Brusque em 4 de junho de 1875 receberam lotes no território da extinta Colônia Príncipe Dom Pedro, formando assim o núcleo pioneiro da atual cidade de Nova Trento. Eram cerca de vinte famílias, sendo parte trentinos de Valsugana, que chegavam com passaporte austríaco, e parte de Monza, que chegavam com passaporte italiano. Estas famílias pioneiras estabeleceram-se na localidade chamada “Sixteen Lots”, que significa quilômetro dezesseis, porque essa era a distância de Brusque. Localizada entre Brusque e Nova Trento, atualmente essa localidade constitui o Distrito de Claraíba, e integra o território de Nova Trento.

Em 1895, a localidade Dezesseis passou a ser denominada Distrito Aliança, criado pela lei municipal nº 2, de 27/04/1895. Em divisão territorial datada de 31/12/1963, Nova Trento passou a ser constituída de três distritos: Nova Trento, Aguti e Claraíba. Em relação a este último, uma curiosidade: em 31/12/1943, quase cinquenta anos depois de ter sido denominado Aliança, o decreto-lei estadual nº 941 alterou o nome Aliança para Claraíba, devido a uma lei federal que estabelecia que não poderia haver repetição de nomes em cidades ou vilas.

A localidade passou a se chamar Claraíba, numa homenagem a uma árvore silvestre com este nome que existia por lá. Foi uma linda homenagem ao Distrito, pois claraíba é uma árvore extremamente ornamental que, quando em flor, se cobre de um branco imaculado cuja florada dura várias semanas. Talvez já fosse uma homenagem prévia a Santa Paulina.

Batizada com o nome de Amabile Lucia Visintainer, Santa Paulina foi uma imigrante que se estabeleceu em Nova Trento com os pais. Ela nasceu no dia 16/12/1865, em Vígolo Vattaro, Trentino Alto Ádige, na época parte do Império Austro-Húngaro, hoje Norte da Itália. Com os pais, irmãos e outras famílias da região, emigrou para o Brasil em 1875, logo no início da grande imigração de língua italiana para Santa Catarina. Antes de completar dez anos de idade, passou a morar na localidade de Vígolo, em Nova Trento. Ela faleceu como Madre Paulina no dia 9/07/1942, aos 76 anos. Em 19/05/2002, na Praça de São Pedro, São João Paulo II canonizou Santa Paulina, reconhecendo suas virtudes em grau heroico: humildade, caridade, fé, simplicidade, vida de oração, entre outras. Ela passou a ser chamada de Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Em sua homenagem, foi edificado o Santuário Santa Paulina, um complexo católico dedicado à primeira Santa do Brasil.

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