

Motorista é indiciado por atropelamento que matou professora em SC – Foto: Reprodução/JMais/Internet/ND
O motorista suspeito de cometer uma série de atropelamentos, em Três Barras, foi indiciado pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) por homicídio qualificado e homicídio qualificado tentado. O crime vitimou a professora Marli Lother, que não resistiu aos ferimentos e morreu no dia do crime, em 19 de março de 2025.
Segundo a denúncia do MPSC, obtida pelo portal JMais, o motorista teria cometido o crime sob efeito de drogas. Dois atropelamentos foram registrados por câmeras de segurança da região. Um terceiro atropelamento não foi gravado.
O que diz a denúncia
O motorista foi indiciado por homicídio qualificado, já que uma das vítimas, a professora Marli, morreu após o atropelamento. Em relação às outras duas vítimas, ele foi indiciado por homicídio qualificado tentado.
De acordo com o MPSC, o suspeito “agiu impelido por motivo torpe, uma vez que o crime foi praticado com o vil e repugnante propósito, desprovido de justificativa lógica, de ceifar, em via pública, a vida de pessoa desconhecida, tanto que retornou ao local do fato, já diante do óbito de Marli, observando a cena e gesticulando com as mãos diante de populares, em forma de comemoração, o que torna ainda mais abominável a intensão do agente.”
Com relação à segunda ciclista atropelada, o MPSC descreveu os ferimentos sofridos por ela e observa que o condutor “somente não consumou a execução do homicídio por circunstâncias alheias à sua vontade, haja vista que a moça, ao perceber a aproximação do veículo, buscou sair da direção do carro e subiu na calçada, evitando, assim, que fosse atingida ainda com maior força e precisão pelo veículo.”
Já sobre a pedestre atingida, a denúncia relata que ela, percebendo a aproximação do veículo, “subiu na calçada, mas mesmo assim foi atropelada, sofrendo várias lesões. Com a força com a qual a vítima foi atingida, o retrovisor do carro chegou a cair, causando vários ferimentos na adolescente.”
Pena e multa
O MPSC solicita a condenação do suspeito pelos crimes, além da indenização para reparação de danos morais, patrimoniais e estéticos causados. O juiz fixou o valor de R$ 100 mil para os filhos de Marli e de R$ 15 mil para cada uma das outras duas vítimas.
Relembre o caso que vitimou professora
Imagens de câmeras de segurança registraram o momento dos atropelamentos. Na gravação, é possível ver o motorista dirigindo a alta velocidade pela rua e atingindo uma ciclista que estava na calçada. Após o atropelamento, ele retorna pela mesma via e quase atinge um homem que se aproximava para ajudar a vítima.
Vídeo registrou o momento em que o motorista atropela uma ciclista – Vídeo: JMais/Reprodução/ND
Momentos depois, o mesmo motorista teria atropelado outras pessoas na avenida Abraão Mussi, entre elas a professora Marli Lother, que ficou gravemente ferida e morreu no hospital.
O atropelamento foi causado por um GM/Kadett de cor verde, que atingiu as ciclistas e pedestre antes de abandonar o local. Após o ocorrido, testemunhas informaram à Polícia Militar a direção em que o veículo seguiu.
O automóvel foi encontrado pelos policiais capotado na Rua Otávio Pazda, e um morador da região relatou ter visto um homem de estatura baixa, vestindo calção preto, correndo em direção à mata após o acidente.
A polícia então abordou um GM/Corsa azul, no qual estavam o motorista e um passageiro. Inicialmente, o motorista alegou estar levando o amigo, supostamente ferido no atropelamento, ao hospital.
Contudo, durante o depoimento na Delegacia, sua versão mudou, alegando que o passageiro teria se envolvido em uma briga e necessitava de atendimento médico. A contradição gerou desconfiança, e uma testemunha que presenciou o atropelamento confirmou a versão dos fatos.
Após apurações iniciais, o suspeito foi encontrado em uma casa, onde foi preso. A ocorrência foi registrada como acidente de trânsito com lesão corporal leve dolosa e favorecimento pessoal.
O motorista foi preso preventivamente em 2 de abril e segue detido no Presídio de Canoinhas. A promotoria espera que ele responda aos crimes em júri popular.