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A DJI , multinacional chinesa de tecnologia de drones, apresentou seu quarto Relatório Anual de Perspectivas da Indústria de Drones Agrícolas, durante a Agrishow 2025, que começou em 28 de abril e termina nesta sexta-feira (2). A DJI (Dà-Jiāng Innovations Science and Technology Co., Ltd.) foi fundada em 2105 na fundada em 2015 em Shenzhen, na província de Guangdong, um dos principais polos tecnológicos do país que abriga várias empresas de alta tecnologia e que tem sido chamada de “Vale do Silício chinês”. O relatório anual mostra o firme avanço da adoção global de drones na agricultura e as bases de seu amadurecimento a partir de novas regulamentações, profissionalização de operadores e ganhos ambientais.
Segundo a empresa, cerca de 400 mil drones agrícolas estão atualmente em operação em cerca de 100 países, conduzidos por um número equivalente de pilotos certificados. Desde 2020, a frota cresceu 90% e vem sendo utilizada no tratamento de aproximadamente 300 tipos de culturas. Além dos ganhos em produtividade, a adoção da tecnologia já resultou em economia estimada de 222 milhões de toneladas de água e evitou a emissão de 30,87 toneladas de carbono.
“A agricultura com drones se tornou uma ferramenta estratégica em diversas regiões”, diz Yuan Zhang, diretor global de vendas da DJI Agriculture. “O desenvolvimento de políticas com base científica e a criação de trilhas de formação têm incentivado a entrada de jovens e mulheres nesse mercado”. Segundo o executivo, o uso da tecnologia vem sendo impulsionado justamente pelos marcos regulatórios mais claros e investimentos em capacitação técnica.
Ambiente regulatório e evolução técnica
O relatório traz um panorama do atual estágio de uso de drones em países como EUA, Argentina, Chile, Canadá, Austrália, China, além dos países europeus tratados como bloco, e o Brasil. E diz, “os anos de 2024 a 2025 marcam um período em que a aplicação global de drones agrícolas está se aprofundando continuamente. Alguns países estão passando de testes limitados para aplicação formal, enquanto outros estão expandindo de aplicações de culturas únicas para uma aplicação ampla em várias culturas”.
O resultado tem sido a migração de projetos-piloto para operações em escala, com aplicações que vão além de culturas tradicionais e passam a incluir novos tipos de manejo, como dispersão de sementes e cobertura de áreas inclinadas, antes inacessíveis a tratores.
Além disso, esse período tem sido marcado por um ambiente regulatório mais receptivo. Países como Argentina e Espanha, por exemplo, adotaram medidas para flexibilizar o uso de drones no campo, enquanto o Brasil avançou na padronização de programas de treinamento de pilotos e no processo de legalização da pulverização aérea com drones. Segundo documento, “A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) desempenha um papel fundamental na aplicação das regulamentações de drones, supervisionando o registro, certificação e gestão do espaço aéreo. A autoridade também desenvolveu sistemas amigáveis para registro de drones e autorizações de voo.”
Entre os desafios para o uso de drones continua em pauta as proteções de ambiente na aplicação aérea, principalmente a deriva dos defensivos agrícolas. No caso da DJI, entre 2021 e 2024 a empresa promoveu uma série de testes em parceria com instituições internacionais para aprimorar a precisão da pulverização. As melhorias incluem ajustes no design dos bicos, no controle do fluxo de ar dos equipamentos e no desenvolvimento de diretrizes operacionais baseadas em condições de campo, velocidade do vento e características dos insumos.
Casos de uso: do café ao vinhedo
O relatório também traz estudos de caso em diferentes regiões. No Brasil, produtores de café que adotaram os modelos DJI Agras T40 e T50 relataram redução de até 70% nos custos operacionais em comparação à pulverização manual e de 50% em relação ao uso de tratores. Já na Ásia, práticas de dispersão de arroz com drones têm sido ajustadas conforme a topografia e o espaçamento entre rotas, com foco em garantir o desempenho agronômico das sementes pré-germinadas.
Outro destaque vem da Romênia, onde um viticultor conseguiu reduzir o uso de produtos químicos em mais de 50% e diminuir drasticamente o tempo de aplicação, de até quatro dias para apenas 2,5 horas. A operação com drones também facilitou o manejo em terrenos inclinados e molhados, áreas críticas para o maquinário convencional.
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