Alimentos É Prioridade, Mas Cargill Vai Ter Maior Exposição em Biocombustíveis no Brasil, Diz Sousa

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A busca por eficiência é uma das motivações para a Cargill ampliar sua exposição no Brasil a biocombustíveis, disse o presidente da unidade brasileira da companhia multinacional do agronegócio, Paulo Sousa.

“Para nós, sempre alimentação vai ter prioridade, mas hoje para você ser um comerciante, um processador de produtos agrícolas para alimentação eficiente, não tem como você não estar exposto aos biocombustíveis, porque são parte integrante do sistema”, afirmou o executivo.

“Você não consegue gerenciar seus riscos nem seus custos de maneira correta se não estiver exposto ao biocombustível, e vamos continuar”, acrescentou ele, em entrevista à Reuters por ocasião da divulgação dos resultados de 2024 da companhia no país, nesta segunda-feira.

Em fevereiro, a Cargill anunciou que assinou acordo para comprar 50% de participação na SJC Bioenergia, movimento que dá o controle total dos ativos para a companhia com sede nos Estados Unidos, que já tinha metade da empresa com unidades agroindustriais em Quirinópolis e Cachoeira Dourada (GO).

Agora denominada Cargill Bioenergia, a empresa processou na safra passada 9,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, produzindo mais de 650 milhões de litros de etanol e 290 mil toneladas de açúcar.

A empresa processa também milho, produzindo etanol, óleo de milho e grãos secos de destilaria (DDGs), disse a Cargill em fevereiro, sem detalhar as capacidades.

Sousa destacou que a Cargill também está “investindo bastante” na modernização das fábricas de biodiesel compradas da Granol há cerca de um ano e meio.

“Já começamos um pouco no ano passado, mas agora estamos a força total”, afirmou, sobre os investimentos realizados nas unidades de biodiesel.

A Cargill concluiu o processo de aquisição de três fábricas de esmagamento de soja e produção de biodiesel da Granol, além de quatro armazéns, ao final de 2023.

Resultados

Com uma colheita recorde de soja em 2025 e clima “perfeito” para a segunda safra de milho no país, a Cargill espera movimentar maiores volumes de grãos e outros produtos do Brasil neste ano após uma queda em 2024, disse Sousa.

O comentário foi feito em meio à divulgação de um prejuízo líquido contábil de R$1,7 bilhão em 2024, versus lucro recorde de R$2,5 bilhão em 2023.

Segundo Souza, esse prejuízo foi motivado principalmente por questões cambiais e não tem efeito caixa.

Ele explicou que a Cargill não faz “hedge accounting” no Brasil, já que a maior parte de suas receitas é em dólar.

Mas que a desvalorização do real frente ao dólar no ano passado impactou a dívida e os resultados contabilmente.

Considerando o Ebit, que indica o resultado antes de juros e impostos, a Cargill ganhou R$4,1 bilhões, versus R$2,3 bilhões no ano anterior.

Além do câmbio, os fatores que mais impactaram o resultado contábil líquido no ano passado foram a oscilação nos preços das commodities, além dos custos do transporte, em especial o frete ferroviário, segundo nota da Cargill.

A Cargill teve uma receita operacional líquida de R$109,2 bilhões no Brasil no ano passado, e investimentos que somaram R$1,7 bilhão.

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