Com 169 novos médicos, Santa Catarina fortalece assistência em municípios afastados

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (29) o reforço de médicos para Santa Catarina. Segundo o superintendente estadual do Ministério da Saúde, Sylvio Costa Júnior, o estado passa a contar com 169 novos profissionais, que começaram a chegar desde setembro e atuarão em 87 municípios por meio do Programa Mais Médicos.

A chegada dos médicos tem como objetivo fortalecer a Atenção Primária à Saúde — a principal porta de entrada do SUS, que atua na prevenção, no diagnóstico precoce e no cuidado contínuo da população, principalmente por meio das equipes de Saúde da Família — e reduzir o tempo de espera por atendimento nas regiões mais carentes de Santa Catarina.

Programa Mais Médicos garante reforço em áreas de difícil acesso em Santa Catarina. Foto: Unsplash

Para marcar o início das atividades, a Superintendência Estadual do Ministério da Saúde promove, nesta terça-feira (29), o “5º Acolhimento do Programa Mais Médicos em Santa Catarina”, voltado para secretários municipais de saúde e médicos recém integrados ao programa. O evento será realizado no auditório do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina (COSEMS/SC), em Florianópolis.

“O Mais Médicos é o principal programa do Ministério da Saúde e foi considerado um marco nos governos Lula e Dilma. Santa Catarina contava com 437 vagas em 2023 (somando Mais Médicos e Médicos pelo Brasil) e hoje são 1.017 vagas ativas do Mais Médicos em 228 municípios catarinenses”, afirmou o superintendente estadual do Ministério da Saúde, Sylvio Costa Júnior.

Os novos médicos atenderão em todas as regiões de saúde do estado e no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI Interior Sul), abrangendo regiões como Alto Uruguai Catarinense, Extremo Oeste, Médio Vale do Itajaí, Serra Catarinense, entre outras.

Segundo o site do governo federal sobre o programa, a presença de médicos do Programa Mais Médicos em regiões remotas do país, e claro, de Santa Catarina é essencial para garantir o acesso à saúde em locais onde, historicamente, há escassez de profissionais.

Muitos médicos evitam atuar nessas áreas devido a fatores como infraestrutura precária e isolamento geográfico, o que obriga famílias a se deslocarem até a capital ou grandes centros urbanos em busca de atendimento. O programa busca suprir essa lacuna, levando profissionais qualificados para comunidades vulneráveis e de difícil acesso, fortalecendo a Atenção Primária à Saúde e reduzindo as desigualdades no sistema de saúde brasileiro.

Perfil dos novos profissionais

Dos 169 médicos que chegaram desde setembro de 2024 até abril de 2025, 152 são brasileiros e 17 são estrangeiros. Entre os brasileiros, 120 possuem registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) e 32 atuam como intercambistas pelo Registro do Ministério da Saúde (RMS). Já entre os estrangeiros, 16 possuem CRM Brasil e apenas 1 atua via RMS.

Com isso, Santa Catarina soma 136 médicos com CRM e 33 profissionais intercambistas (RMS).

Desafios e formação contínua

De acordo com Sylvio Costa Júnior, entre os principais desafios enfrentados nos municípios estão a consolidação da Estratégia Saúde da Família, a fixação de médicos na Atenção Primária — marcada por vínculos temporários — e a necessidade de garantir infraestrutura adequada e educação permanente para as equipes.

“Creio que os principais desafios enfrentados nos municípios são: a consolidação de fato do modelo de Atenção que é a Estratégia de Saúde da Família com todos os princípios e diretrizes do SUS e atributos essenciais e derivados da Atenção Primária à Saúde já que em alguns municípios possuem necessidade de ampliação da cobertura da APS, ACS, saúde bucal; minimamente, é necessário a compreensão dos gestores o que é necessário para se ter uma APS forte e potente”, explicou.

Além disso, ele destaca a necessidade de condições adequadas para o trabalho das equipes. “Unidades com estrutura mínima necessária para acolhimento dos usuários e atuação das equipes eSF. Todos os itens acima diminuem a resolutividade do cuidado na APS”, acrescentou.

Profissionais estão sempre se aperfeiçoando

No que diz respeito à formação continuada, Sylvio lembra que além do Módulo de Acolhimento e Avaliação (MAAv), obrigatório para médicos formados no exterior, o Ministério da Saúde oferece trilhas formativas. “É ofertado as trilhas formativas a todos os profissionais que não iniciaram a especialização em Medicina de Família e Comunidade; mestrado ou doutorado. As trilhas formativas são orientadas pelo MS, tendo a carga horária a ser cumprida de 30h/mensal”, disse.

Novas chamadas previstas

Segundo Sylvio Costa Júnior, novas vagas serão abertas ainda em 2025. “Sim. Tem um edital em curso (41º ciclo). Os municípios já fizeram a adesão e está previsto para ainda esse mês o edital para a inscrição dos médicos para as vagas desocupadas”, afirmou.

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