Eleito por seus colegas e confirmado pelo Papa, o Decano tem entre suas funções a organização do Conclave em caso de morte ou renúncia do Pontífice, mas pode ficar de fora da votação
Gabriel Fontana
Da Redação
Cardeal Giovanni Battista Re durante Missa das Exéquias do Papa Francisco / Foto: Joyce Mesquita
Os cardeais reunidos em Roma definiram a data de início do Conclave: será no dia 7 de maio, quarta-feira. Com a sequência dos preparativos, uma figura no Vaticano ganha ainda mais destaque: o Decano do Colégio Cardinalício.
Quem ocupa atualmente esta função é o Cardeal Giovanni Battista Re. Ele foi eleito pelos seus colegas da ordem dos bispos e aprovado pelo Papa Francisco em janeiro de 2020. Na mesma época, o Cardeal Leonardo Sandri foi escolhido como Vice-Decano.
Sua principal atribuição é presidir o Colégio dos Cardeais, que auxiliam o Papa a governar a Igreja. E isso se dá tanto a nível coletivo, quando convocados para tratar em comum dos assuntos de maior importância, quanto a nível individual, nos vários ofícios que desempenham.
Contudo, quando um Pontífice morre ou renuncia e a Igreja entra em período de Sé Vacante, o Colégio de Cardeais deve providenciar a eleição de um novo Papa. Desta forma, o Decano é diretamente responsável por organizar o Conclave, votação de caráter secreto.
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O Conclave
Segundo a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, sobre a vacância da Sé Apostólica e da eleição do Pontífice, ao saber da morte ou renúncia do Santo Padre, o Decano deve comunicar todos os cardeais, convocando-os para as congregações gerais, o corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé e os chefes de Estado dos respectivos países.
O Decano é responsável também por conduzir as congregações gerais, nas quais são definidos alguns detalhes acerca do Conclave. Trata-se ainda de um período de preparação para a votação, no qual os cardeais podem expressar seus pontos de vista e preocupações com o futuro da Igreja.
Por fim, o Decano também tem como dever presidir o Conclave. Só têm direito a voto os cardeais com menos de 80 anos, que se reúnem na Capela Sistina para votar e permanecem isolados do mundo exterior.
O critério do limite de idade também vale para o Decano. O Cardeal Re tem 91 anos e, por isso, não participará do Conclave. O Vice-Decano, Cardeal Sandri, também tem mais de 80 anos. Assim, caberá ao Cardeal Pietro Parolin, o de maior precedência entre os eleitores, conduzir a votação.
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