Mexicano que dizia ser representante de marca de carros luxuosa vira alvo da PF em SC

Um mexicano conhecido por se dizer ser representante da luxuosa marca de carros Lamborghini se tornou alvo de uma operação da PF (Polícia Federal) em Santa Catarina. Morador de Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, ele não foi encontrado pela corporação durante o cumprimento dos mandados na última quinta-feira (4).

Operação Second Place investiga crimes financeiros aplicados em vários estados do Brasil; Mexicano é apontado como um dos integrantes da organização criminosa

Mexicano que dizia ser representante de marca de carros luxuosa vira alvo da PF em SC – Foto: Polícia Federal/Reprodução ND

A Operação Second Place tem como objetivo combater crimes financeiros aplicados em diversos estados do país. Deflagrada na manhã de quinta-feira (4), cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Rio do Sul, Itapetininga (SP), Campinas (SP), Cabo de Santo Agostinho (PE), Paulista (PE) e Belmonte (BA).

A Polícia Federal também solicitou o bloqueio de bens de nove pessoas físicas e seis pessoas jurídicas.

Mexicano se passava por representante de marca luxuosa de carros

Segundo a corporação policial, as investigações iniciaram a partir da Operação Technikós, deflagrada no dia 27 de setembro de 2022. Conforme PF, a associação criminosa é formada por um cidadão mexicano, o qual reside no país e se passava por um representante da famosa marca de carros Lamborghini.

Em 2021, a própria marca negou qualquer envolvimento com o investigado, o qual chegou a participar de reuniões com o governo de Santa Catarina  para debater sobre a instalação de uma fábrica da empresa no estado.

A empresa do mexicano é intitulada Lamborghini Latinoamérica, que tem sede no México e detém licença para uso da marca europeia na América Latina.

Conforme divulgado pelo Portal ND Mais na época, o empresário comprou o direito de usar a marca em 1996, mas desde que a Lamborghini foi adquirida pelo grupo Volkswagen, em 1998, há ações judiciais contestando o uso do nome.

A notícia do encontro entre a governadora interina de Santa Catarina na época e os representantes da Lamborghini Latinoamérica foi retirada do site do governo do Estado após repercussão nas redes sociais.

Segundo a assessoria, o texto foi deletado porque “eles não formalizaram propostas, e foi verificado que esse grupo fez o mesmo movimento em outros países e também não resultou em nada”.

O empresário iniciou tratativas para fabricar no Uruguai, em 2013, e na Argentina, em 2014 e em 2020, além do Paraguai, em 2019.

Empresário já foi condenado nos EUA

De acordo com a PF, além de comercializar produtos da marca, ele também participou do projeto de criação de uma criptomoeda relacionada a mesma empresa.

O empresário também se associou a criminosos de outros estados, os quais tinham envolvimento com pirâmides financeiras e movimentações de capital sem a autorização do Banco Central ou CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Ainda conforme a polícia, o mexicano já possui uma condenação transitada em julgado nos Estados Unidos, em 16 de junho de 2020, por falsificação de contrato e assinatura falsa, tendo sido condenado a pagar a quantia de US$ 6 milhões.

Os crimes investigados pela corporação são por associação criminosa, crimes contra o sistema financeiro nacional, estelionato, fraude com utilização de ativos virtuais, valores mobiliários ou ativos financeiros, e evasão de divisas.

Somadas, as penas para esses tipos de crimes podem chegar a 21 anos de prisão.

 

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