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A China isentou algumas importações dos Estados Unidos de suas tarifas de 125% e está pedindo às empresas que identifiquem os produtos essenciais que precisam ficar livres de taxas, de acordo com as empresas que foram notificadas. Este é um sinal mais claro das preocupações de Pequim sobre as consequências da guerra comercial. O movimento também indica que as duas maiores economias do mundo estão preparadas para reduzir o conflito, que congelou grande parte do comércio entre elas, aumentando os temores de uma recessão global.
“Como uma medida de contrapartida, pode ser uma forma potencial de diminuir as tensões”, disse Alfredo Montufar-Helu, consultor sênior do Centro para China do Conference Board, um instituto de pesquisa. “Está claro que nem os EUA e nem a China querem ser os primeiros a tentar chegar a um acordo”, alertou. A China ainda não comunicou publicamente quaisquer isenções.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse à revista Time em uma entrevista, que as negociações entre os EUA e a China sobre as tarifas estão ocorrendo e que o presidente chinês, Xi Jinping, havia ligado para ele. Até o momento, Pequim nega essa afirmação. “Ele ligou. Não acho que isso seja um sinal de fraqueza da parte dele”, disse Trump à Time. Ele não disse quando Xi ligou ou o que os dois líderes discutiram.
Esforços para conter crise
Uma declaração feita na sexta-feira (25) pelo Politburo, o órgão decisório do Partido Comunista da China, concentrou-se nos esforços para manter a estabilidade no país, apoiando as empresas e os trabalhadores mais afetados pelas tarifas. O documento, divulgado após a reunião mensal regular do Politburo, mostrou que a China também está pronta para combater em uma guerra comercial, se necessário.
Uma força-tarefa do Ministério do Comércio está coletando listas de itens que poderiam ser isentos de tarifas e está pedindo às empresas que apresentem suas próprias solicitações, de acordo com uma pessoa que tem conhecimento dessa divulgação. O ministério informou na quinta-feira (24) que realizou uma reunião com mais de 80 empresas estrangeiras e câmaras de negócios na China para discutir o impacto das tarifas dos EUA sobre os investimentos e a operação de empresas estrangeiras.
“O governo chinês, por exemplo, tem perguntado às nossas empresas que tipo de coisas vocês estão importando dos Estados Unidos para a China e que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar”, disse o presidente da Câmara de Comércio dos EUA na China, Michael Hart. Ele acrescentou que algumas empresas farmacêuticas associadas relataram ter conseguido importar medicamentos para a China sem tarifas. Ele acredita que as isenções são específicas para cada medicamento e não para todo o setor.
Outras concessões
O chefe-executivo da fabricante francesa de motores de aeronaves Safran disse nesta sexta-feira (25) que foi informado na noite anterior que a China havia concedido isenções tarifárias sobre “um certo número de peças de equipamentos aeroespaciais”, incluindo motores e trens de pouso.
As isenções tarifárias que estão sendo consideradas por Pequim podem proporcionar alívio de custos para as empresas chinesas e diminuir a pressão sobre as exportações dos EUA, em um momento em que o governo Trump dá sinais de querer fazer um acordo com Pequim.
A Câmara de Comércio da União Europeia na China também disse que havia levantado a questão das isenções tarifárias junto ao Ministério do Comércio e estava aguardando uma resposta. “Muitas de nossas empresas associadas são significativamente afetadas pelas tarifas sobre componentes críticos importados dos EUA”, disse o presidente Jens Eskelund.
Uma lista de 131 categorias de produtos que estariam sendo considerados para isenções tarifárias estava circulando nas plataformas de mídia social chinesas e entre algumas empresas e grupos comerciais nesta sexta-feira (25). A Reuters não conseguiu verificar a lista, que inclui itens que vão desde vacinas e produtos químicos até motores a jato.
A agência alfandegária da China e o Ministério do Comércio não responderam aos pedidos de comentários. O Ministério das Relações Exteriores da China disse que não estava familiarizado com os planos de isenção de tarifas, redirecionando as perguntas para as “autoridades relevantes”.
Embora Washington tenha afirmado que o impasse comercial com a China é economicamente insustentável e já tenha oferecido isenções tarifárias para alguns produtos eletrônicos, a China tem afirmado repetidamente que está disposta a lutar até o fim, a menos que os EUA diminuam suas tarifas de 145%.
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