Marengo: o Papa escreveu novas páginas para a Mongólia

O país, situado entre a China e a Rússia, lamenta a morte do Pontífice, que visitou a região em 2023, numa de suas viagens apostólicas internacionais

Da redação, com Reuters

O cardeal Giorgio Marengo, prefeito apostólico de Ulan Bator / Foto: Reprodução Youtube

Mesmo em uma das periferias mais extremas e pobres do mundo, o falecimento do Papa Francisco levou a população ao desalento. No entanto, na Mongólia, um Estado do centro-leste da Ásia, encastoado entre dois gigantes como a China e a Rússia, o número de católicos é inferior a 1%. “Mas o Santo Padre entrou nos corações quando visitou Ulan Bator, a capital do país, em setembro de 2023. E, de fato, foi o presidente da república, Ukhnaagiin Khürelsükh, o primeiro a enviar suas condolências”, diz o cardeal Giorgio Marengo, prefeito apostólico de Ulan Bator, em uma conversa com a mídia vaticana.

Pranto em coro

O conselheiro que entregou a mensagem presidencial de pesar enfatizou como aquela histórica viagem apostólica “representou uma nova página, escrita com letras de ouro, nas relações entre a Mongólia e a Santa Sé”. Mas há ainda mais, acrescenta o purpurado: “O Khamba Nomun Khan D. Javzandorj, ou seja, o abade primaz do Budismo Mongol, me telefonou para dizer que ofereceria uma oração ritual pela alma do Papa Francisco, como também havia feito durante sua recente hospitalização, depois de tê-lo encontrado pessoalmente no Vaticano em janeiro passado”. E ainda: o ex-presidente Enkhbayar recentemente traduziu pessoalmente a encíclica Fratelli tutti para o mongol, por considerá-la extremamente importante para transmitir a mensagem de fraternidade universal de que nosso mundo tanto precisa”.

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Esperança até o fim

O prefeito apostólico desse pequeno rebanho católico de 1.400 fiéis se emociona quando volta em sua memória ao momento em que soube da morte do Pontífice: “Estávamos reunidos para o costumeiro encontro da segunda-feira de Páscoa, celebrando a Eucaristia juntos na pequena capela de nossa casa de espiritualidade, nos arredores de Ulan Bator. Debruçamo-nos sobre a página do Evangelho do dia, inspirando-nos também nas palavras do Santo Padre pronunciadas na mensagem Urbi et Orbi do dia anterior: ‘O mal não desapareceu de nossa história, permanecerá até o fim, mas não tem mais domínio, não tem mais poder sobre aqueles que acolhem a graça deste dia. […] Irmãs e irmãos, especialmente vós que estais sofrendo e angustiados, vosso grito silencioso foi ouvido, vossas lágrimas foram recolhidas, nenhuma se perdeu! Na paixão e morte de Jesus, Deus tomou sobre si todo o mal do mundo e, com sua infinita misericórdia, o derrotou’. Até mesmo sua última mensagem pública foi de esperança!”

A morte não prevalece

Marengo também observa um detalhe que parece resumir todo o amor da Mongólia por Francisco: “Quando ficamos sabendo, lágrimas e olhares perdidos se alternavam nos rostos dos fiéis e dos missionários e missionárias que se dedicam ao Evangelho na terra de Genghis Khan. Esses homens e mulheres, no entanto, tiveram que se render a essa esperança mais forte que a morte que ele, o Papa que veio aqui à Mongólia, viveu até o fim”.

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