Pré-mercado: Quanto Custam as Palavras de Trump?

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Cenários

Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo inglês lançou uma campanha publicitária para tentar evitar que os britânicos divulgassem informações importantes sem querer. O slogan era “careless talk costs lives”, ou “falar sem pensar custa vidas”. Um comentário inocente sobre ter visto uma movimentação de tropas em uma estrada poderia dar uma dica aos inimigos alemães sobre onde lançar as próximas bombas.

Oito décadas depois, é possível adaptar esse slogan para “falar sem pensar custa dinheiro”. A diferença é que o objeto dessa campanha publicitária não é um povo, mas uma pessoa: Donald Trump.

O estilo de negociação do presidente americano é bastante conhecido. Trump ameaça e recua, blefa e volta atrás, para desorientar a parte do outro lado da mesa e, assim, obter mais vantagens. Sem um cenário claro e com o risco de perder o negócio a qualquer momento, quem tem de negociar com Trump acaba fechando um negócio logo para não ser preterido.

A dificuldade ocorre quando o que está em negociação não é um imóvel em Nova York, mas um acordo comercial entre os Estados Unidos e qualquer outro país – a China, por exemplo. Desde que tomou posse em janeiro, Trump tem ameaçado e retirado ameaças sobre tarifas com frequência. Em alguns casos, mais de uma vez por dia.

Na terça-feira (22) ele voltou atrás nas ameaças de demitir Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (FED), o banco central americano. E também disse que as tarifas de 145% por cento impostas sobre produtos chineses são insustentáveis e devem ser reduzidas.

Perspectivas

Dá para acreditar? A resposta mais precisa é “não se sabe”. Trump está em uma campanha para reordenar o comércio mundial de maneira a aumentar a proteção para a economia americana. Isso é uma estratégia infalível para reduzir a prosperidade, pois diminuiu o comércio global. E, claro, afeta os resultados das empresas.

Os números das empresas americanas referentes ao 1T25 estão sendo divulgados e já mostram o impacto da incerteza sobre os resultados. No entanto, ainda devem sair balanços de companhias importantes, que vão mostrar na prática o impacto de uma prolongada alta dos juros nos EUA, das medidas do FED para desacelerar a economia e do “novo risco” que surgiu a partir de janeiro, as palavras descuidadas de Trump.

Indicadores

  • Brasil

Confiança do consumidor FGV (Abr)
Observado: 84,8
Esperado: ND
Anterior: 84,3

  • Estados Unidos

Pedidos iniciais de seguro-desemprego
Esperado: 222 mil
Anterior: 215 mil

Venda de casas usadas (Mar)
Esperado: 4,14 milhões
Anterior: 4,26 milhões

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