Após “Mea Culpa”, Elon Musk Fica US$ 10 Bilhões Mais Rico e Salva Ações da Tesla

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O maior bilionário do mundo ficou ainda mais rico nesta quarta-feira (23). Após as ações da montadora Tesla, de Elon Musk, dispararem com a divulgação dos resultados do primeiro trimestre — que trouxeram pouco otimismo nos números tradicionais, mas ofereceram aos investidores o que eles mais esperavam: Musk reafirmando seu compromisso com a Tesla, depois de passar meses quase totalmente focado na Casa Branca.

A fortuna de Elon Musk aumentou R$ 54,5 bilhões (US$ 9,6 bilhões), chegando a R$ 2,1 trilhões (US$ 371,3 bilhões), segundo cálculos da Forbes dos EUA, ampliando sua vantagem sobre a segundo maior bilionário do mundo, o fundador da Amazon, Jeff Bezos, para R$ 966 bilhões (US$ 170 bilhões).

O motivo do salto foi a valorização de 7% das ações da Tesla, chegando a serem cotadas em US$ 255 (R$ 1.449) na abertura do mercado, em resposta ao relatório do primeiro trimestre divulgado na noite de terça-feira (22). Apesar dos resultados terem sido considerados ruins em quase todos os indicadores — com lucro e receita abaixo das projeções e em níveis mínimos de vários anos —, os investidores reagiram positivamente à nova postura de Musk.

A Tesla também foi favorecida por um movimento de alta mais amplo, impulsionado pela decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de recuar em sua disputa comercial com a China e em suas ameaças de demitir o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. O índice Nasdaq, com forte presença de empresas de tecnologia, subiu 3%. Ainda assim, a maior parte do impulso nas ações veio após Musk reafirmar seu comprometimento com a montadora de veículos elétricos.

Segundo analistas da Evercore ISI liderados por Chris McNally, o tom da teleconferência de resultados foi de um “Elon arrependido”. Musk afirmou que, a partir do próximo mês, vai “dedicar muito mais” do seu tempo à empresa.

Essa declaração foi bem recebida por investidores e analistas que estavam preocupados com o tempo excessivo que o bilionário vinha dedicando ao Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) — e com o impacto negativo disso na imagem da Tesla, já que as opiniões políticas contundentes do bilionário afastaram muitos potenciais clientes.

Segundo o analista Ronald Jewsikow, da Guggenheim, além da promessa de maior dedicação à Tesla, outro fator que impulsionou as ações foi a confirmação do lançamento dos “robotáxis” autônomos em junho e do início da produção de veículos elétricos mais acessíveis ainda no primeiro semestre deste ano.

As ações da Tesla ainda acumulam queda de quase 40% em 2025, bem pior que o recuo de 8% do S&P 500, enquanto as tarifas instáveis de Trump aumentam o temor de uma recessão. Musk doou US$ 288 milhões (R$ 1,6 bilhão) para campanhas ligadas à eleição do atual presidente dos EUA, tornando-se o maior doador político do ciclo eleitoral de 2024. Seu papel à frente do DOGE, no qual liderou cortes de custos incluindo demissões em massa no governo federal, gerou forte reação negativa à Tesla, com queda nas vendas globais em meio a protestos e atos de vandalismo.

Além dos cargos no DOGE e na Tesla, Musk também é CEO da gigante aeroespacial SpaceX, da startup de inteligência artificial generativa xAI e de várias outras empresas. A montadora enfrentaria uma situação de “alerta vermelho” caso o CEO não reafirmasse seu comprometimento com a empresa, alertou o analista Dan Ives, da Wedbush, antes da divulgação dos resultados.

Ressalvas e críticas

O bilionário, no entanto, destacou que permanecerá com seu cargo na Casa Branca, à frente do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês). “Continuarei dedicando um ou dois dias por semana a assuntos do governo, enquanto o presidente quiser que eu faça isso”, disse Musk durante a teleconferência de terça-feira.

Apesar de demonstrar lealdade ao presidente americana, Musk criticou a política tarifária de Trump. Ele afirmou que a Tesla é a “montadora menos afetada” pelas tarifas impostas pelo governo, mas o conselheiro sênior do republicano deixou claro mais uma vez que discorda da principal política comercial de Trump. “Já disse muitas vezes que acredito que tarifas mais baixas são, em geral, uma boa ideia para a prosperidade”, declarou o CEO da Tesla, acrescentando que a decisão sobre tarifas “cabe fundamentalmente” ao presidente dos Estados Unidos. “Então, vou continuar defendendo tarifas mais baixas em vez de tarifas mais altas, mas é tudo o que posso fazer”, disse, dando de ombros.

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