A mulher de 23 anos presa na segunda-feira (26) escondida em Palhoça é considerada uma das líderes da FTA (Família Terror do Amapá), facção do Norte do Brasil. Segundo a Polícia Civil, Kedima Margalho Guimarães, conhecida no meio do crime como “Polly”, ditava as regras para mulheres faccionadas.

Líder de facção do Amapá foi encontrada escondida em uma casa no bairro Pinheira, em Palhoça – Foto: Reprodução/ND
Polly ocupava o cargo de Geral da Rua, o que significa que ela comandava as operações da facção de fora do sistema prisional. O posto é um dos principais no mundo das organizações criminosas.
Segundo a investigação da Polícia Civil do Amapá, ela era tesoureira, coordenava a entrada de celulares em presídios, controlava e disciplinava as mulheres faccionadas que não estavam presas.
“Disseminando a ideologia da FTA e, principalmente, gerenciando o cumprimento de metas estabelecidas pela cúpula do masculino da FTA”, pontua a investigação.
Além de Geral de Rua, ela atuava como tesoureira do FTA, explicou o delegado Allan Antunes Marinho Leandro, da Decap/Deic (Delegacia de Capturas da Diretoria Estadual de Investigações Criminais). No cargo, Kedima era responsável por organizar a coleta dos valores adquiridos pelos faccionados.
Polly teria se escondido em Palhoça após dica de amiga do PCC
De acordo com a Polícia Civil, a Polly tinha um mandado de prisão por integrar organização criminosa e estava foragida há dois meses.
Segundo a investigação, ela teria fugido para Palhoça após uma indicação de uma amiga integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção aliada da FTA.
Após uma investigação da Polícia Civil do Amapá, o paradeiro da mulher foi descoberto. Segundo a Polícia Civil, ela saía da casa, no bairro Pinheira, no momento da prisão.

Mulher estava escondida em casa no interior de Palhoça – Foto: PCSC/Divulgação/ND
Líderes tem esconderijo em comum e se aproveitam de ‘intercâmbio’ entre facções
Na quinta-feira (23), dois líderes da facção Comando Vermelho foram presos no bairro Brejaru, em Palhoça, Grande Florianópolis. Com a prisão de Polly, são três prisões de líderes de facção em uma mesma cidade.
Conforme o delegado, a suspeita é de que os homens presos estavam escondidos em Palhoça abrigados pela facção que controla a comunidade do Brejarú, o PGC (Primeiro Grupo Catarinense), que é aliada do CV em Santa Catarina. A investigação busca confirmar a ligação.
“É isso que a gente está apurando na investigação, se eles estavam aqui para se esconder ou se estavam para praticar crimes como tráfico de drogas e comércio ilegal de armas de fogo”, afirmou.
Conforme o delegado, as organizações criminosas envolvidas são parceiras.
“Ele provavelmente estava no Rio de Janeiro por uma questão de abrigo, eles [facções] dão esse suporte logístico. Se além disso ele estava praticando crimes, somente uma investigação para saber”, explicou.