Papa Francisco deixa legado de simplicidade – Foto: Pope Francis/Instagram/Reprodução/ND
O Papa Francisco morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, em Roma. Com um pontificado marcado pela simplicidade e compromisso com os mais vulneráveis, sua morte inicia um novo capítulo na história da Igreja Católica.
Francisco foi o primeiro latino-americano e também o primeiro jesuíta a ocupar o cargo mais alto da Igreja. Foi eleito em 13 de março de 2013, após a renúncia de Bento XVI — um marco histórico, já que papas costumam permanecer no cargo até a morte.
O que casou a morte do Papa Francisco?
O Vaticano confirmou que sua morte foi em decorrência de um AVC, seguido por insuficiência cardíaca.
Papa Francisco teve um longa batalha contra uma pneumonia bilateral que comprometeu seus pulmões.
Internado desde 14 de fevereiro no Hospital Gemelli, Francisco enfrentou momentos críticos no final de fevereiro, quando uma crise respiratória quase o levou à morte.
O quadro clínico do pontífice, que perdeu parte do pulmão direito, aos 21 anos, devido a uma infecção, se agravou significativamente nas últimas semanas.
Nos últimos meses, os frequentes episódios de bronquite já limitavam as atividades, dificultando até mesmo discursos prolongados.
Papa Francisco teve batalha contra pneumonia bilateral – Foto: AFP/ND
Funeral humilde
Conhecido por rejeitar ostentações, o Papa Francisco solicitou mudanças nos ritos fúnebres do Vaticano. Ele pediu que fosse sepultado em um caixão simples, sem os tradicionais três caixões (de cipreste, chumbo e carvalho), e que não houvesse elevação cerimonial na Basílica de São Pedro.
O corpo será sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, local de devoção pessoal, onde está guardado o ícone da Salus Populi Romani. O pedido rompe com a tradição de sepultamento nas grutas vaticanas, espaço reservado à maioria dos antecessores.
Nesta segunda-feira (21), às 15h (horário local), o corpo foi colocado no caixão em uma cerimônia reservada na capela da residência Santa Marta, onde o papa vivia.
Últimas homenagens
A partir desta terça-feira (22), o corpo será exposto na Basílica de São Pedro por três dias para que fiéis possam prestar as últimas homenagens. A data oficial do funeral será definida nas próximas horas pelo Colégio dos Cardeais.
Canonização adiada
A canonização de Carlo Acutis, que estava marcada para o próximo sábado (26), foi adiada por causa da morte do pontífice. O jovem italiano, conhecido como “padroeiro da internet”, morreu em 2006 por leucemia, e ficou famoso por catalogar milagres eucarísticos em um site que ele mesmo criou.
O processo de beatificação começou em 2013, e Acutis foi beatificado em 2020. Uma nova data para sua canonização será definida após a escolha do novo papa.
Quem comanda a Igreja até a sucessão
Com a morte do Papa, a Sé Apostólica (sede do governo da Igreja) entra em vacância. Até a eleição do novo pontífice, quem assume temporariamente é o camerlengo — atualmente, o cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell, de 77 anos, nomeado por Francisco em 2019.
Ele será o responsável por administrar os assuntos do Vaticano e preparar o conclave, o ritual reservado em que cardeais elegem o próximo líder da Igreja.
Depois da cerimônia e o período de novem diales, nove dias de orações pela alma do papa, o Colégio dos Cardeais, formado por membros com menos de 80 anos, se reunirá em conclave, em Roma, para eleger o novo líder da Igreja Católica.
Kevin Joseph Farrell irá assumir o vaticano temporariamente – Foto: Reprodução/ Catholic News Agency/ ND
Quais são os candidatos a serem o novo papa?
A escolha de novo líder acontece em um ritual conhecido como conclave. Cardeais de todo o mundo irão se reunir para eleger o sucessor do Papa Francisco.
O novo papa irá assumir o papel de orientar cerca de 1,3 bilhão de fiéis católicos ao redor do mundo em um período de grandes desafios globais.
Principais nomes:
- Cardeal Pietro Parolin (Itália);
- Cardeal Matteo Zuppi (Itália);
- Cardeal Pierbattista Pizzaballa (Itália);
- Cardeal Jean-Marc Aveline (França/Argélia);
- Cardeal José Tolentino de Mendonça (Portugal);
- Cardeal Mario Grech (Malta);
- Cardeal Péter Erdő (Hungria);
- Cardeal Luis Antonio Tagle (Filipinas);
- Cardeal Wilton Gregory (Estados Unidos);
- Cardeal Blase Cupich (Estados Unidos);
- Cardeal Fridolin Ambongo Besungu (República Democrática do Congo);
- Cardeal Sérgio da Rocha (Brasil).
Cardeais catarinenses
Três dos sete cardeais brasileiros elegíveis ao papado são catarinenses: Dom João Braz de Aviz, de Mafra; Dom Jaime Spengler, de Gaspar; e Dom Leonardo Steiner, de Forquilhinha.
