Os personagens e a nova decisão da Justiça Eleitoral sobre o Tapete Negro

Em fevereiro de 2020, o Informe Blumenau e outros veículos de imprensa trouxeram a notícia de que o processo eleitoral referente ao Tapete Negro estava encerrado, com a absolvição dos cinco réus, no caso de maior repercussão política em Blumenau. Naquele momento, o Tribunal Regional Eleitoral entendeu que a ação perdeu o sentido, pelo prazo decorrido. Na época, eram oito anos de julgamento, envolvendo três vereadores e dois suplentes eleitos em 2012.

Tratamos disso aqui na época.

Mas, nesta segunda-feira, 14 de abril, um novo julgamento do TRE, a partir de uma demanda do Ministério Eleitoral, que cobrava pelo menos o reconhecimento do que considerava um crime e a aplicação de multas aos envolvidos. E teve seus argumentos confirmados pela corte catarinense, que aplicou a penalidade de multa a quatro dos envolvidos – Célio Dias havia sido absolvido – pelo crime de abuso do poder eleitoral, que consiste em usar servidores públicos em benefício próprio.

Os ex-vereadores Fábio Fiedler e Robinho terão que pagar R$ 15 mil e R$ 25 mil, respectivamente. O atual vereador Almir Vieira (PP) R$ 10 mil e o então suplente Braz Roncáglio, R$ 25 mil, valores de 2012, que precisam ser corrigidos pela inflação.

Sobre a sentença, leia aqui.

O Informe Blumenau foi ouvir os envolvidos, começando pelo agora promotor público Odair Tramontin, que conduziu a ação eleitoral em 2012.

“É um alento. Na época, demoramos menos de um mês para chegar a essa conclusão, isso com a coleta de provas e tudo mais, justamente porque entendíamos que um resultado só faz sentido se for ágil. Por isso, não consigo entender por que tanta demora para uma solução que sempre nos pareceu óbvia. Qual vai ser o resultado prático dessa condenação? Zero. Por isso, não tenho nada a comemorar”, afirmou Tramontin.

“Esse processo mostra a falência do judiciário do Brasil. Acabaram com projetos políticos, expuseram as pessoas e, depois de treze anos, ainda discutimos isso”, disse Fábio Fiedler.

Robinson Soares, o Robinho, preferiu não se manifestar. Disse que precisa conversar com o advogado para ver a possibilidade de pelo menos tentar diminuir o valor da multa.

O vereador Almir Vieira preferiu não se manifestar, disse que precisa ver o acórdão e conversar com seu advogado, mas que desconhecia esta multa agora.

Tentamos contato com Braz Roncáglio, sem sucesso.

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