Bolsa Além do Ibovespa: Conheça Outros Índices da B3

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É bem capaz que um investidor iniciante acredite que Ibovespa é um sinônimo absoluto da bolsa brasileira, mas não é bem assim. Ele é um dos 59 índices lançados pela B3 com recortes específicos. 

No caso do mais famoso deles, o Ibovespa, ele reflete o desempenho dos 86 ativos mais negociados da bolsa. Mas há índices para todos os gostos: alguns refletem setores específicos da bolsa (como construção civil ou financeiro), empresas de pequeno porte, as consideradas as mais sustentáveis e até mesmo ativos de renda fixa. 

 Os índices são uma espécie de classificação dos inúmeros papéis negociados na bolsa de valores. Através deles, o investidor consegue buscar a ação ou unit desejada com maior facilidade. Além disso, essas classificações contribuem para dar visibilidade às empresas elegíveis, o que dá credibilidade a elas e à própria B3. 

Além disso, eles são utilizados para a criação de um outro tipo de investimento: os ETFs (fundos de índice, na sigla em inglês), que acompanham o desempenho de um determinado índice. Pouco mais de 20 anos após o seu lançamento na bolsa brasileira, já são mais de 100 opções de ETFs. Até julho de 2024, o mercado de ETFs acumulava mais de R$ 48 bilhões investidos, com um volume de negociação diário superior a R$ 1,4 bilhão. 

Embora o Ibovespa seja o mais popular da bolsa brasileira, a empresa vem buscando diversificar essas referências. Desde 2022, ela conta com uma plataforma, baseada em metodologia ágil e big data, para lançar índices, de acordo com a demanda do mercado. 

Na última quarta-feira (12), a B3 anunciou o seu mais novo índice: Debêntures Ultra Qualidade DI. Esses papéis de renda fixa, de dívidas emitidas companhias, são usados como garantia para cobrir a margem de risco em operações que passam pela B3. Esse foi o primeiro índice anunciado neste ano, mas só em 2024 foram lançadas 7 deles. 

Conheça cinco dos mais populares índices da B3:

Small Cap

Conhecido como SMLL, o índice de Small Cap foi criado em 2005 para avaliar o desempenho médio das cotações de ativos de empresas com menor capital, cujo valor de mercado está entre R$ 200 milhões e R$ 2 bilhões. Esses investimentos são de alto risco pela volatilidade, já que essas companhias são mais vulneráveis ao cenário macroeconômico.

O SMLL também é uma oportunidade para investir em empresas com potencial de valorização. Segundo Leonardo Santana, especialista em investimentos e sócio da casa de análise Top Gain, “pequenas empresas podem crescer muito mais rápido que as grandes, portanto, têm potencial para ser uma excelente aposta de longo prazo”.

ISE

O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) foi lançado no mesmo ano do Small Cap. Como o próprio nome diz, ele relaciona empresas que possuem boas práticas de sustentabilidade, independentemente do valor de mercado. Segundo a B3, uma companhia é sustentável, se tem iniciativas ESG (Ambiental, Social e Governança, em português), como eficiência econômica, equilíbrio econômico, justiça social e governança corporativa.

Também é fundamental que os produtos oferecidos, além da alta qualidade sejam ecologicamente corretos. O ISE costuma ser utilizado como referência por diversos fundos com iniciativas ESG. 

Dividendos

O Índice de Dividendos (IDIV), assim como os dois anteriores, foi disponibilizado no ano de 2005. Esta carteira possui empresas que pagam bons dividendos ou juros sobre o capital próprio (JCP). São instituições mais lucrativas, seguras, previsíveis e que possuem um bom potencial de rentabilidade. De acordo com Lucas Serra, analista da Toro Investimentos, “a concorrência é mais restrita nesse índice, com pouca chance de entrada de novas companhias”.

Santana afirma que essa referência, no entanto, pode ter menor crescimento do que os focados em valorização de ações. “As empresas que pagam muitos dividendos, nem sempre reinvestem para crescer rapidamente”, explica. Além disso, dado o momento em que elas atingem o estágio de maturidade, podem entrar em um período de declínio.

Índice Financeiro

Abreviado como IFNC, ele é composto pelas principais empresas do setor de finanças, como bancos, seguradoras e fintechs. Justamente pelo segmento, essas empresas têm uma dinâmica dependente do cenário econômico e da política de juros.

Índice Brasil 50

O IBrX 50 tem a mesma dinâmica do índice Brasil 100, com a diferença no número de ativos abarcados dentro dele — apenas as 50 mais negociadas no mercado nacional. “É uma alternativa ao Ibovespa, só que com menor concentração de companhias específicas”, diz o especialista da Top Gain.

No entanto, ele alerta que pela forte correlação com o mercado acionário do Brasil, em momentos de crise, essas ações podem despencar. O rebalanceamento desse índice acontece de forma quadrimestral.

Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários

Os Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) possuem seu próprio índice na bolsa de valores, abreviado como IFIX. Através dele, o investidor acompanha o desempenho médio das cotações desses fundos. Serra explica que há uma ampla gama de investimentos nesta classificação, como  fundos de lajes corporativas, galpões logísticos, shoppings e os Fundos de Fundos (FOFs), que investem majoritariamente em cotas de outros fundos de investimento.

O IFIX, assim como todo índice setorial, é uma boa fotografia do momento de um determinado setor, sem levar em conta as particularidades de cada empresa. 

De acordo com Santana, uma das principais questões do IFIX é que ele varia conforme a taxa de juros. “Quando ela sobe, os FIIs perdem a atratividade, já que a renda fixa passa a oferecer retornos mais interessantes”, diz. Por outro lado, ele avalia essa classificação como uma boa alternativa para quem busca renda passiva. “Os FIIs costumam pagar dividendos mensais. Quando há juros baixos, podem valorizar bastante.”

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