Selo de Qualidade Pode Impulsionar a Produção de Café da Serra de Apucarana

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O Café da Serra de Apucarana, produzido por agricultores familiares no município de mesmo nome, no Paraná, teve o pedido de reconhecimento do registro de Indicação Geográfica (IG), na modalidade Denominação de Origem (DO), protocolado. Isso significa uma espécie de selo que reconhece a autenticidade e a qualidade dos grãos produzidos na cidade.

Com isso, os produtores esperam agregar valor ao produto e atrair a atenção de compradores nacionais e internacionais. Hoje, a cidade é a quinta maior produtora de café do Paraná, com uma área cultivada de mil hectares e uma produção anual de 2,3 mil toneladas.

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A análise para a concessão da IG será feita pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), órgão responsável pela certificação. O depósito foi viabilizado com subsídio do programa Sebraetec, do Sebrae/PR, e recursos da Prefeitura Municipal de Apucarana, por meio da Associação dos Cafeicultores de Apucarana (Acap), e também contou com apoio do IDR-Paraná, que ofereceu suporte por meio de capacitações e estudos técnicos.

Caso a IG seja concedida, poderão usar a Denominação de Origem os cafeicultores estabelecidos no território do município de Apucarana, respeitando-se os seus limites político-administrativos. A estimativa é que a cidade concentre 250 produtores de café.

O café da Denominação de Origem “Serra de Apucarana” é cultivado em altitudes entre 700 e 950 metros, em solo vulcânico, clima de chuvas regulares e ventos constantes, que influenciam nas características sensoriais. A produção é familiar e usa sementes da própria região, com colheita cuidadosa. A bebida, feita a partir dos grãos, tem como características o sabor frutado – frutas amarelas e vermelhas -, com notas de melaço, além de uma acidez típica e equilibrada.

Carlos Cesar Bovo, cafeicultor e presidente da Associação dos Cafeicultores de Apucarana (Acap), diz que a cidade tem plantação de pés de café desde a década de 1930. Ele conta que a maioria dos produtores está concentrada no bairro de Pirapó, distante 9,5 quilômetros do centro, caracterizado pelo clima de montanha, que reflete numa bebida de qualidade diferenciada e reconhecida no exterior, já que o café já é exportado para países como a Itália.

“Temos, na nossa região, um tipo de café com características únicas, que só é produzido em dois lugares do mundo, aqui e na África. Só não temos, até agora, um documento que certifique essa qualidade, por isso, estamos buscando a IG”, explica Bovo.

A modalidade de Denominação de Origem (DO), na qual se enquadra o processo do Café da Serra de Apucarana – envolve o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que designe produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos.

Tiago Correia da Cunha, consultor do Sebrae/PR, explica que a instituição, além de subsidiar recursos para viabilizar o depósito da IG pelos produtores, também atuou na capacitação deles. O objetivo é que os cafeicultores utilizem toda a estrutura de governança e controle recém criados para ganhar mercado e divulgar a região.

“A IG deve posicionar mais um município paranaense como produtor de cafés especiais. Caso seja viabilizada, Apucarana se somará às cidades do norte pioneiro como referência em qualidade na cafeicultura, trazendo muitos benefícios para a região. A certificação de IG impulsiona a economia local, gerando emprego e renda, abrindo novos mercados e, até mesmo, impulsionando o turismo regional”, destaca.

Hoje, os cafeicultores locais comercializam os grãos crus. Alguns, vendem para torrefações e outros exportam via corretores. Mas, com a conquista da IG e apoio do Sebrae/PR, Bovo antecipa que serão criadas marcas para os cafés. Apucarana já integra a Rota do Café, de Londrina, e visa fomentar o turismo rural a partir do reconhecimento dos cafés especiais.

Rodolfo Mota, prefeito da cidade, afirma que a cultura do café desempenha um importante papel social e econômico, movimentando mais de R$ 215 milhões por ano e se destacando como a quarta maior atividade do Município.

“A Prefeitura de Apucarana está participando desse processo através do fortalecimento da Secretaria Municipal da Agricultura. Além disso, temos a produção de mais de 200 mil mudas de café de qualidade por ano e a entrega de toneladas de insumos, como calcário e fósforo, que são distribuídos aos agricultores a preços subsidiados”, pontua.

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