Estudo Aponta Que a IA Está Reduzindo a Capacidade Cognitiva das Pessoas

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Um novo estudo publicado na Societies examina como a crescente dependência de ferramentas de inteligência artificial, ou IA, pode minar as habilidades de pensamento crítico, particularmente por meio do fenômeno de descarregamento cognitivo. Esta pesquisa levanta implicações significativas para profissionais que dependem de IA em campos de alto risco, como direito e ciência forense, onde a dependência excessiva de tecnologia pode levar a erros com consequências sérias.

O uso de IA por testemunhas especialistas e advogados em ambientes jurídicos é uma tendência crescente, mas traz riscos quando as ferramentas são usadas sem supervisão ou validação suficientes. Este estudo ressalta ainda mais os perigos de tais práticas, destacando como a conveniência da IA ​​pode corroer a qualidade da tomada de decisão humana e da análise crítica.

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As descobertas do estudo sobre descarregamento cognitivo e IA

O estudo entrevistou 666 participantes em vários grupos demográficos para avaliar o impacto das ferramentas de IA nas habilidades de pensamento crítico. Principais descobertas incluíram:

Descarregamento cognitivo: usuários frequentes de IA eram mais propensos a descarregar tarefas mentais, confiando na tecnologia para resolução de problemas e tomada de decisões em vez de se envolver em pensamento crítico independente.

Erosão de habilidades: com o tempo, os participantes que dependiam muito de ferramentas de IA demonstraram capacidade reduzida de avaliar informações criticamente ou desenvolver conclusões diferenciadas.

Lacunas geracionais: participantes mais jovens exibiram maior dependência de ferramentas de IA em comparação com grupos mais velhos, levantando preocupações sobre as implicações de longo prazo para a experiência e o julgamento profissionais.

Os pesquisadores alertaram que, embora a IA possa agilizar os fluxos de trabalho e aumentar a produtividade, a dependência excessiva corre o risco de criar “lacunas de conhecimento” onde os usuários perdem a capacidade de verificar ou contestar os resultados gerados por essas ferramentas.

Quando os profissionais confiam cegamente nos resultados da IA ​​sem verificar sua precisão, eles correm o risco de introduzir erros que podem minar casos, manchar reputações e corroer a confiança depositada em sua experiência.

Qualquer profissão que exija julgamento e conhecimento especializado pode ser vítima das armadilhas do descarregamento cognitivo, como demonstra um estudo recente. Sem supervisão humana adequada, as ferramentas de IA podem não apenas melhorar os fluxos de trabalho, mas também comprometer os próprios padrões de excelência que os especialistas devem manter.

Esse problema não se limita ao tribunal. Essas indústrias, que dependem muito da experiência humana, estão lutando com os potenciais benefícios, desafios e incógnitas da IA. 

IA: paralelos dos mundos jurídico e forense

Embora a IA possa auxiliar na análise de dados ou na preparação de casos, há uma preocupação crescente de que especialistas e advogados possam confiar demais nessas ferramentas sem verificar suficientemente sua precisão.

Quando profissionais de direito ou perícia dependem muito de ferramentas de IA, eles assumem riscos inerentes.

Dados não verificados: ferramentas de IA podem gerar resultados plausíveis, mas incorretos, como visto em casos em que evidências fabricadas ou cálculos imprecisos foram introduzidos em processos judiciais.

Erosão da especialização: com o tempo, o hábito de terceirizar tarefas complexas para a IA pode corroer as habilidades necessárias para avaliar criticamente ou desafiar evidências.

Responsabilidade reduzida: a confiança cega na IA tira a responsabilidade dos indivíduos, criando um precedente perigoso em que erros são ignorados ou descartados.

IA e especialização humana: a necessidade de equilíbrio

Uma conclusão importante de ambos os estudos é que a IA deve ser tratada como uma ferramenta para aprimorar as capacidades humanas, não substituí-las. Para garantir esse equilíbrio:

A especialização deve liderar: a especialização humana deve permanecer como a pedra angular da tomada de decisões. Os resultados da IA ​​devem sempre ser verificados e contextualizados por profissionais treinados.

O pensamento crítico é essencial: os usuários precisam se envolver criticamente com os dados gerados pela IA, questionando sua validade e considerando interpretações alternativas.

Regulamentação e treinamento são necessários: à medida que a IA se torna mais prevalente, as indústrias devem desenvolver padrões robustos para seu uso e garantir que os profissionais sejam treinados para entender seu potencial e suas limitações.

Seja em tarefas diárias ou em campos de alto risco, como direito e perícia, o elemento humano continua sendo essencial para garantir precisão, responsabilidade e integridade ética. Sem supervisão adequada e envolvimento crítico, corremos o risco de comprometer os próprios padrões de especialização e confiança que os profissionais devem manter.

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