Homem toma injeção para gripe, contrai bactéria ‘comedora de carne humana’ e morre em 3 dias

O empresário Júnior Pereira morreu aos 43 anos, em Querência (MT), após contrair a fasciíte necrosante, conhecida como bactéria ‘comedora de carne humana’. Conforme a esposa dele, Marcella Ricci, ele tomou uma injeção em uma farmácia porque estava gripado, começou a sentir dores e morreu 36 horas depois.

Júnior Pereira com Marcella Ricci, que morreu após contrair bactéria 'comedora de carne humana'

Júnior Pereira com Marcella Ricci, que morreu após contrair bactéria ‘comedora de carne humana’ – Foto: Reprodução/@marcellaricciestetica/ND

Júnior morreu em abril deste ano, mas o caso só ganhou repercussão nesta semana após Marcella contar o ocorrido em uma série de vídeos publicados no TikTok.

A mulher, que é esteticista, relata que o marido pediu para ir ao hospital um dia após tomar a injeção, reclamando de dores no corpo. Segundo Marcella, o marido se retorcia de dor e não conseguia parar sentado.

O local onde a injeção foi aplicada, no glúteo, ficou inchado e inflamado. No hospital, um médico fez um corte na ferida para tentar tirar o pus, mas não saiu nada, apenas um gás.

“Ele ficava esperando em pé de tanta dor e não conseguia sentar. No quarto, quando fui tirar a roupa, ele estava em estado de putrefação. Ele apodrecia vivo na minha frente. A pele dele mudou para cor de berinjela e o edema dele aumentou. Em seguida, o rim dele parou de funcionar e só foram perceber 22h30”, descreveu a mulher.

Marcella destacou ainda que o marido era uma pessoa saudável, não tinha doenças ou vícios que possam ter contribuído para a evolução rápida da bactéria ‘comedora de carne humana’.

Morte virou caso na justiça

A esteticista continuou o relato afirmando que, ao ver o marido “apodrecendo” ainda vivo, ela entrou em contato com a farmácia onde Júnior havia tomado a injeção, que lhe indicou um médico em um hospital particular.

Contudo, como o estado dele já era grave, não podia ser transferido e ele faleceu poucas horas depois.

Marcella afirmou que após a morte do marido, a diretora do Hospital Municipal de Querência, Juliana Molina, registrou um boletim de ocorrência para que o corpo de Júnior fosse liberado para o IML (Instituto Médico Legal).

 

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Contudo, na declaração, Juliana teria insinuado que o empresário morreu após a própria esposa aplicar uma injeção nele, já que ela era esteticista, disse Marcella.

“Ela fala da hora que ele deu entrada no hospital e duas linhas depois fala sobre mim. Ela coloca: a esposa do paciente faz harmonização de glúteo, resumindo, dá a entender que tinha sido eu quem aplicou alguma coisa no meu marido”, destacou.

Marcella também acusa enfermeiras do hospital de negligência, uma por ter debochado da morte do marido dela, e outra por ter afirmado que acionaria a Vigilância Sanitária contra a farmácia e não o fazer.

“Essas pessoas estão encarregadas de cuidar da saúde da população. Meu marido morreu sem parar de sentir dor. Isso demonstra total falta de respeito. Exijo uma resposta das autoridades; oque aconteceu foi um deboche e um descaso absoluto”, desabafa Ricci.

Marcella entrou com um processo judicial contra o Hospital Municipal e a farmácia Poupe Já, de Querência.

 

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O que é a bactéria ‘comedora de carne humana’?

A bactéria que “come” carne humana, também conhecida como “bactéria comedora de carne” ou necrotizante, é geralmente referida como Streptococcus pyogenes, embora outras bactérias também possam causar infecções semelhantes.

O termo médico para essa condição é fasciite necrosante, e trata-se de uma infecção bacteriana grave que se espalha rapidamente pelos tecidos moles do corpo, incluindo a pele, o tecido subcutâneo e a fáscia muscular.

Essa infecção pode ser fatal se não for tratada rapidamente. A bactéria geralmente entra no corpo através de uma ferida aberta, lesão na pele ou cirurgia.

Charleigh Chatterton, mulher que teve fasciíte necrosante menos de um mês após o parto

Charleigh Chatterton, mulher que teve fasciíte necrosante menos de um mês após o parto – Foto: Facebook Charleigh Chatterton/Reprodução/ND

Ela também pode ocorrer em pessoas com sistema imunológico enfraquecido ou em áreas onde ocorreram desastres naturais, resultando em contaminação da água ou solo.

Os sintomas da fasciite necrosante incluem dor intensa na área afetada, inchaço, vermelhidão, bolhas, necrose dos tecidos e, em estágios avançados, sepse (infecção generalizada) e choque séptico.

O tratamento geralmente envolve intervenção cirúrgica para remover o tecido infectado, além do uso de antibióticos intravenosos para combater a infecção.

O diagnóstico precoce e o tratamento imediato são fundamentais para aumentar as chances de recuperação e reduzir o risco de complicações graves ou morte.

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