Coluna do Loetz: Empresários de Joinville apresentam reivindicações sobre infraestrutura, saneamento e segurança aos candidatos a prefeito

Infraestrutura Urbana e Mobilidade Ruins são as Principais Preocupações dos Empresários de Joinville

As quatro principais entidades empresariais de Joinville (ACIJ, Ajorpeme, CDL e Acomac) entregaram um manifesto do Conselho das Entidades Empresariais de Joinville aos cinco candidatos à prefeitura do município mais populoso de Santa Catarina.

Na noite desta segunda-feira, dia 23, foi entregue um documento com as 17 principais reivindicações. Oito delas – praticamente metade – se relacionam a questões de infraestrutura e mobilidade urbana. Três se referem ao saneamento; duas tratam de segurança; e os temas de gestão pública, tributação, empreendedorismo e eventos aparecem uma vez cada na lista.

A predominância do tema de infraestrutura e mobilidade reflete a realidade: Joinville deixou de ser uma pequena cidade, onde era fácil e rápido o deslocamento entre os bairros ou dos bairros para o centro. Não é mais assim.

Com 660 mil habitantes e em expansão populacional acelerada, o município não possui vias (ruas e avenidas) que comportem o tráfego dos 420 mil veículos da frota joinvilense. O resultado é óbvio: congestionamentos em todas as regiões da cidade a qualquer hora. Isso implica em lentidão no trânsito e, consequentemente, menor qualidade de vida e produtividade para o trabalhador.

As administrações municipais – desde o começo dos anos 1990 – não deram atenção ao tema. Ou porque não acreditavam que Joinville iria “explodir”, por falta de visão estratégica, ou porque não fizeram a lição de casa para encontrar os recursos necessários (grandes, por sinal) para viabilizar os projetos e obras essenciais a tempo de evitar os problemas já vivenciados.

Agora, perto do final da terceira gestão municipal seguida nas mãos de empresários, eles mesmos clamam por:

  1. Conclusão da ponte Ademar Garcia no prazo e cronograma estabelecidos;
  2. Duplicação da avenida Monsenhor Gercino até o final do mandato (dezembro de 2028);
  3. Duplicação do trecho urbano da rua Dona Francisca, a partir da rótula do Tecelão, até dezembro de 2028;
  4. Abertura da avenida Almirante Jaceguay (novo acesso para a BR-101) até dezembro de 2028;
  5. Abertura total da avenida Santos Dumont até dezembro de 2026;
  6. Implantação de pavimentação comunitária nas ruas da periferia;
  7. Ampliação dos corredores de ônibus em 2025;
  8. Revisão e atualização do plano viário para a melhoria da mobilidade no município.

Esses oito itens soam como um alerta antes de uma emergência total. Por óbvio, será absolutamente inviável para qualquer prefeito cumprir tudo isso em um mandato de quatro anos. Para tanto, será necessário muito dinheiro (que a prefeitura de Joinville não tem). Assim, será necessário buscar recursos significativos junto aos governos estadual e federal, além de tentar financiamentos internacionais. Nada fácil.

O governo do Estado tem Jorginho Mello, que disputará a reeleição em 2026, e não terá nenhuma vantagem em privilegiar um eventual candidato de oposição ao governo do Estado. E, em Brasília, o próximo prefeito de Joinville precisará ter uma forte articulação no Congresso para obter vultosas emendas parlamentares e/ou recursos de ministérios.

Joinville sofre devido ao seu crescimento e à sua (ainda) muito boa qualidade de vida, se comparada a outros municípios de porte médio. A conta pela inépcia do passado está chegando, e o futuro será desafiador tanto para os governantes quanto para a população.

Saneamento: Outro Gargalo

O tema saneamento básico entrou definitivamente na pauta dos empresários de Joinville. Ao menos, está listado em três tópicos entre as prioridades que o futuro prefeito deve enfrentar. As entidades empresariais reivindicam:

  1. 90% de cobertura de esgoto até 2028, final do próximo mandato municipal;
  2. Ações efetivas para a despoluição, dragagem e requalificação da orla do Rio Cachoeira;
  3. Conclusão das obras de drenagem do Rio Mathias nos próximos quatro anos, após a resolução jurídica do assunto.

Mais uma vez, o cumprimento dessas demandas é bastante complexo e oneroso. Logicamente, se atualmente Joinville tem apenas 40% de esgoto tratado, atingir 90% em quatro anos é uma meta quase inexequível. Todos sabem disso, mas colocar o assunto na pauta é importante. Com o Rio Mathias não é diferente.

Segurança Também Está no Radar

A região central de Joinville, que se deteriorou nos últimos dez anos, precisa urgentemente de melhorias. Por isso, as entidades empresariais (lideradas pela CDL) pedem:

  1. Melhorias no embelezamento e segurança do centro da cidade, a partir do primeiro ano de mandato do próximo prefeito;
  2. Melhorias nas ações e atribuições da guarda municipal.

Sim, o centro deixou de ser atrativo e seguro tanto para pedestres quanto para motoristas. Estamos pagando o preço do crescimento.

Sem Aumento de Impostos

Os empresários estão particularmente preocupados com o que virá a partir de 2027. A implementação da reforma tributária mudará o cálculo da arrecadação dos municípios, e Joinville poderá perder receitas. Por consequência, os próximos prefeitos terão de encontrar novas fontes de recursos que não dependam exclusivamente da expansão da economia.

Sabendo disso, a classe empresarial se antecipa e avisa aos candidatos que:

  1. Não deseja aumento da carga tributária (ISS, IPTU, taxas municipais) – direta ou indiretamente – em razão da implementação da reforma tributária, ou como compensação de eventuais perdas observadas com a criação do IBS e da CBS;
  2. Destaca a necessidade de redução de despesas e melhor uso dos recursos públicos.

Empreendedorismo Também na Lista

Outros dois pontos apresentados aos candidatos são:

  1. Construção de nova área para feiras, eventos, congressos e convenções até 2027 (já que a Expoville se encontra obsoleta);
  2. Expansão da oferta de serviços do Espaço do Empreendedor também nos bairros.

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