Barco desaparecido de Itajaí: Marinha encerra inquérito e aponta imprudência de tripulação

A Marinha do Brasil encerrou o inquérito sobre o barco Manuela Simão, de Itajaí, desaparecido após seguir rumo ao Rio Grande do Sul com seis tripulantes em novembro de 2023.

Em nota enviada à imprensa, a Marinha apontou o fator “imprudência” na investigação. Entre os motivos, o fato da embarcação navegar em área não autorizada e infrações relacionadas à habilitação de alguns tripulantes.

Barco Manuela Simão

Barco Manuela Simão está desaparecido há quatro meses – Foto: Reprodução/ND

De acordo com a Marinha, o barco estava a aproximadamente 120 milhas náuticas de distância da costa, sendo que o limite permitido para sua navegação era de até 20 milhas náuticas, por ser uma embarcação classificada para mar aberto-cabotagem.

Em relação às habilitações, foram constatadas duas infrações: o Mestre do pesqueiro era habilitado como Condutor- Motorista de Pesca (CMP). Segundo as autoridades marítimas,  deveria ser habilitado como Patrão de Pesca de Alto Mar (PAP).

Além disso, o inquérito aponta que  a embarcação possuía três tripulantes sem habilitação. Ambos os fatos infringem itens do Regulamento da Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário (RLESTA).

O que pode ter contribuído para o acidente da navegação, segundo a Marinha, é o mau tempo, que foi avisado pelo Serviço Meteorológico Marinho Brasileiro. No aviso, constavam ventos fortes, mar grosso a alto e ressaca, válidos para a região na qual estava o barco.

A instituição também ressalta que o atraso em comunicar o desaparecimento da embarcação pode ter afetado a busca pelos tripulantes. Porém, não se julgou apta a averiguar dolo ou a culpa pelo atraso na comunicação.

A conclusão do inquérito é de que a causa do desaparecimento é indeterminada por falta de provas do naufrágio e pelo próprio desaparecimento dos tripulantes da embarcação.  Os autos do processo foram encaminhados ao Tribunal Marítimo (TM).

Barco desapareceu em novembro

A embarcação Manuela Simão, onde estavam os seis tripulantes, está desaparecida desde o dia 4 de novembro de 2023, quando o último contato foi feito. O barco saiu de Itajaí rumo ao Rio Grande do Sul.

​​A última posição conhecida da embarcação foi na área das proximidades do Chuí (RS).

A Marinha iniciou as buscas pela embarcação no dia 12 de novembro, chegando, inclusive, a pedir apoio do Uruguai nos trabalhos. Sem sucesso, as buscas foram suspensas no início de dezembro.

Ao ND Mais, o irmão do tripulante Arildo Honorato, Maurício Batista Honorato, falou sobre o desaparecimento.

Arildo Honorato, dono do barco, está entre os desaparecidos – Foto: Reprodução/ND

Segundo Maurício, o irmão pescava há mais de 20 anos. “Estamos entrando em contato com eles (Marinha), buscamos por respostas, mas por enquanto nada”, disse.

“Estamos abismados com a situação porque não encontraram nada. Tínhamos esperanças de que eles estivessem presos no Uruguai por cruzarem a fronteira, mas infelizmente calculamos que o barco naufragou. A gente imagina mil coisas”, contou Maurício.

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